Este é um império singular: organiza-se ao sábado, embora este ano seja celebrado apenas com uma eucaristia e a inauguração de um memorial
A Irmandade do sábado do Espírito Santo da paróquia da Silveira faz este ano os 300 anos do seu voto, mas a festa tal como é celebrada anualmente vai ter de esperar por melhor data. Por causa da pandemia provocada pela Covid-19, este ano as celebrações serão mais modestas, estando prevista a inauguração de um memorial junto ao respetivo império depois da Missa de sábado à tarde, na Igreja Paroquial.
Este Império tem a particularidade de ser o único que tem como o seu dia maior da festa o sábado.
O voto que deu origem a este Império data de 1720 altura, em que depois de uma forte crise sísmica, se criou o mistério da Silveira. Três anos depois foi erguido o Império que se assume hoje como um dos mais antigos da Ilha do Pico na cronologia do povoamento desta ilha. Todos os anos este Império organiza a sua festa cativando a presença de muitos forasteiros.
Na Silveira a presença dos foliões mantém-se intacta com duas gerações o que não acontece em muitos lugares. Outra particularidade deste Império são as sopas, para as quais toda a população é convidada e participa cantando dando vivas e louvores ao Senhor Espírito Santo, com cânticos próprios.
A meio da tarde costuma realizar-se a procissão de recolha das rosquilhas ou vésperas que as senhoras levam à cabeça, em açafates ornamentados com artísticas toalhas com os bordados da ilha e com as flores da época. Iguarias que depois, são distribuídas por todos os que passam na festa.
Uma das particularidades desta ilha, à semelhança do Faial e de São Jorge (as chamadas ilhas do triângulo) são os estandartes em forma retangular e enrolados numa vara que mantém nos seus quatro cantos uma “flor do lis” bordada, referencia explicita aos primeiros povoadores destas ilhas, os flamengos vindos da Flandres.
Ao todo no Pico realizam-se anualmente 45 Impérios, tantos quantas as irmandades existentes na ilha montanha.