LINHAS CONVERGENTES DA ASSEMBLEIA DIOCESANA DO CLERO.
ASSEMBLEIA DIOCESANA DE CLERO
A Assembleia Diocesana de Clero, sob a presidência de António Sousa Braga, em que participaram meia centena de padres de todas as ilhas, reunida de 27 a 29 de Abril de dois mil e dez, em Angra do Heroísmo, no contexto do Ano Sacerdotal e dos 475 anos da Diocese, considerou, no final da mesma, as seguintes linhas convergentes:
1. Viver o Ministério a partir do dom recebido.
Neste momento social e eclesial, viver o ministério a partir do dom recebido, exige de nós uma forte «estruturação espiritual» a partir da fé, da esperança e da comunhão fraterna, ainda mais na nossa descontinuidade geográfica.
2. Identidade e exercício do Ministério
O apoio necessário aos padres e a sua própria inserção pastoral deve ter em conta a etapa em que se encontram: mais novos, geração intermédia e mais idosos, numa saudável gestão de capacidades.
A identidade sacerdotal não se reduz à originalidade pessoal nem ao percurso de vida de cada um dos sacerdotes. Com efeito, não há que ser padres da mesma forma nem dos párocos se espera um mesmo perfil e paradigma ministerial, desde que todos estejam ao serviço da mesma Missão, ao estilo do Bom Pastor.
3. Fidelidade sempre procurada
A fidelidade evangélica, como apelo permanente e profundo do ministério, «incarna» nas «fragilidades» pessoais e culturais do nosso tempo, tanto ao nível da sociedade como da Igreja.
O exercício do ministério é necessariamente condicionado pelas características do «terreno» que se pisa e do tempo em que se vive, o que relança antigas e novas questões relativamente ao «estatuto do padre», bem como ao tipo de acção pastoral a desenvolver nas presentes circunstâncias, sempre na fidelidade à Identidade e à Missão.
Temos consciência de que não há receitas nem «panaceias» para todos os problemas, nem por parte dos padres nem dos leigos, o que exige um contínuo discernimento pastoral no presbitério e nas comunidades, numa atitude de fidelidade criativa.
4. O olhar dos Leigos
O olhar dos leigos sobre os padres, parece marcado não apenas pela compreensão e gratidão, mas também por uma grande exigência de integridade pessoal, disponibilidade pastoral e coerência de vida, sem dispensar uma formação adequada aos desafios do nosso tempo, sobretudo na opção pelos últimos (pobres).
Alegra-nos na esperança o presbitério que temos e os testemunhos recebidos de padres que marcaram os nossos percursos de vida e ministério.
A comunhão no presbitério, tecida de respeito pela diversidade, é essencial ao amadurecimento pessoal e à eficácia da missão pastoral no mundo e no tempo que nos é dado viver.