“Viver consagrada é viver dando o que se tem e recebendo o que nos falta”

No dia do Consagrado o Portal da Diocese foi ao encontro da Ir.Filomena, em, São Jorge. Dedicou a vida à oração e à ajuda aos outros. Foi enfermeira, parteira, catequista?mas sobretudo uma cristã que se entregou a Deus, na ajuda aos outros.

Como qualquer cristão, a orientação e a vocação da Irmã Filomena começou no seio da família e bem cedo. Era hábito na casa dos pais rezarem o terço em família e a mãe, muito devota, pedia sempre que Deus lhe desse um filho padre e uma filha religiosa.

 

As preces eram tantas que no dia em que a família recebeu a visita do Pe Cândido Botelho Falcão, no inicio da sua vida pastoral nas Velas, a mãe de Filomena insistiu, pedindo ao sacerdote que nas suas orações, rezasse pelo seu mais fervoroso desejo e, nesse mesmo instante, o padre colocou a mão sobre a cabeça da irmã Filomena e disse: “vai ser aqui a Filomena”.

 

Não teve de esperar muito até ser convidada pelo sacerdote para  ir ajudar as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFIC), que hoje estão presentes em cinco ilhas, ajudando especialmente os mais velhos, em lares de idosos e enfermarias de retaguarda.

 

A experiência correu tão bem, que Filomena descobriu a “sua vocação” de ser consagrada. Entrou, então, na vida religiosa em 1956 e professou votos em 1959.

A vida nunca mais parou. Entregar-se a Deus mas servindo os homens era o seu principal desafio, num estilo de vida simples, que acabou por passar pela enfermagem, pelos cuidados à terceira idade, pela catequese e pela orientação de um grupo juvenil.

 

Uma vida cheia ao serviço dos outros e, por isso, ao serviço de Deus.

 

Ser consagrado é isso mesmo: estar onde é preciso, sempre com a mesma vontade, com a mesma humildade e com a mesma entrega.

 

“A vida de uma religiosa consagrada passa pela importância da vida em comunidade e da oração e meditação em comum”, diz a Ir. Filomena, que há 55 anos se “entregou” a Deus.

 

“A vida em comum tem regras e sinto-me mais protegida por viver em comunidade”, porque “nela há um enorme sentido de entreajuda”, adianta ainda, acrescentando que “viver consagrada é viver dando o que se tem e recebendo o que nos falta, completando-nos uns aos outros”.

 

Mas nem tudo é um mar de rosas.

 

“Para seguir a vida religiosa é preciso uma boa preparação para o desenvolvimento da nossa missão e uma sinceridade pessoal muito grande”, adianta ao Portal da Diocese a religiosa que não tem dúvida da escolha que resultou num “ compromisso que se abraça para toda a vida”

 

Mas nesta partilha, destaca sem pestanejar o trabalho que desenvolveu como parteira: “ajudar uma mãe a ser mãe acaba com qualquer cansaço que se possa sentir”.

 

Questionada sobre o que mudaria na sua vida, responde imediatamente que “nada!”.

 

“Se voltasse atrás, tomaria o mesmo rumo”.

 

“Aliás, se eu morresse e voltasse a nascer queria percorrer o mesmo caminho! Não estou nada arrependida. A paz e a alegria interiores valem sempre a pena viver em qualquer idade”.

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