Colóquio comemorativo dos 60 anos da Conferência Vicentina de São Tomás de Aquino, assinala importância do trabalho junto dos mais pobres.
O trabalho em rede e de forma concertada das instituições e movimentos que lidam diariamente com a pobreza favorece uma ajuda mais abrangente a todos e não apenas a alguns, é uma das principais conclusões que fica do Colóquio “A Esmola”, organizado este fim de semana pela Conferência Vicentina de São Tomás de Aquino, da ilha Terceira, que se realizou no Seminário Episcopal de Angra, a casa mãe desta conferência.
“A urgência de uma ação concertada” entre as diversas instituições de assistência, “para que a ajuda não seja concentrada em algumas pessoas marginalizando outras que certamente necessitam de assistência a vários níveis e não a têm”, foi um dos pontos sublinhados pela Vice Presidente do Banco Alimentar na ilha Terceira, Mónica Oliveira, segundo informa uma nota da organização do colóquio a que o Portal da Diocese teve acesso esta segunda feira.
A oradora que destacou “novas perspetivas e formas de atendimento dos mais necessitados”, foi uma das participantes num colóquio que tinha por objetivo reinterpretar a esmola, como um dos pilares da ação sócio-caritativa da Igreja, assente na ideia da misericórdia para com o outro.
Por isso, os trabalhos que contaram com a presença de 47 vicentinos, representantes de todas as conferências da ilha Terceira, começaram pela interpretação dos textos bíblicos, proposta pelo Pe Ricardo Henriques.
Partindo da Sagrada Escritura os presentes “tomaram consciência da atualidade e pertinência do fenómeno da pobreza e da prática da esmola”, constatando “que os problemas verificados hoje são muitos similares aos que eram observáveis nos tempos em que os livros do Antigo e do Novo Testamento foram definitivamente consignados”, informa a nota da organização.
- Proposta de interpretação de texto bíblicos obre a realidade da pobreza orientada pelo Pe Professor Dr Ricardo Henriques
Ricardo Henriques exortou os vicentinos a seguirem as propostas do Evangelho e, sobretudo, a “estarem sempre do lado dos mais pobres e débeis da sociedade, como Cristo fez”.
“A missão da Igreja e, concretamente a dos Vicentinos, é a de tornar presente esta caridade e predileção de Jesus pelos mais pobres”, informa ainda a nota.
Durante o colóquio foi, ainda, sublinhado o papel do Beato Frederico Ozanam, fundador da Conferência de São Vicente de Paulo, que esteve na origem dos primórdios do trabalho vicentino, que “nunca há de ser entendido como um título de glória mas como um serviço à igreja e ao mundo que nos deve deixar imensamente felizes, por sermos úteis aos outros”, conclui a nota.
- Hora Santa orientada pelo Pe Professor Dr José Nunes
O colóquio “A Esmola” terminou com uma série de trabalhos de grupo, onde os vicentinos refletiram e partilharam experiências de intervenção e de ação, seguindo-se o momento da Hora Santa, orientada por Monsenhor José Nunes.
No final, foi entregue a cada conferência um pergaminho com o “Hino ao amor” (Capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios) e, ficou a promessa de, no próximo ano, a organização promover outro evento do género.