O prelado diocesano esteve entre segunda e quarta feira na mais pequena ouvidoria da diocese
O bispo de Angra, que acaba de realizar a sua primeira visita pastoral ao Corvo, afirma que o sentido de “entreajuda” seja nas instituições da igreja seja nas da sociedade civil constitue a grande “marca” desta pequena ilha açoriana, com uma só comunidade paroquial.
“Há uma inter-relação muito forte seja dos que estão nas instituições civis seja nos que estão nos movimentos paroquiais, todos estão interligados e por isso, o que sobressai é uma comunidade única onde ressalta um povo profundamente religioso mas onde sobressai um esforço das entidades públicas para darem o melhor de si aos outros” referiu D. João Lavrador em declarações ao Igreja Açores na hora do balanço desta primeira visita pastoral ao grupo Ocidental, onde começou nas Flores e depois se deslocou ao Corvo.
“É uma ilha em transformação, uma ilha em renovação através das suas próprias estruturas”, acrescentou o bispo de Angra sublinhando que as obras em curso são sinónimo de atividade e de mudança.
“Olhamos para uma igreja paroquial renovada depois da recuperação, vemos um conjunto de obras a decorrer no porto e no aeroporto e, assim, quem entra no Corvo vê uma vila em atividade, a olhar para o futuro”, realçou ainda o prelado.
A primeira visita pastoral à ilha decorreu entre segunda e quarta feiras e realizou-se depois de uma primeira visita às Flores, a onde regressará no final do verão para terminar a visita pastoral.
A mais pequena ouvidoria da diocese de Angra vive como uma família numerosa. É assim que o ouvidor eclesiástico do Corvo, Pe. Artur Cunha, vê os seus paroquianos. À ouvidoria corresponde apenas uma paróquia- a de Vila Nova do Corvo- e é aí, na Vila, que residem os corvinos.
Com missa diária, ainda se reza todos os dias o terço na igreja da mais pequena ilha do arquipélago.
“O Papa Leão XIII referiu-se a isso num dos seus documentos destacando a ilha atlântica onde todos os dias se reza o terço” referiu ao igreja Açores o ouvidor corvino, Pe. Artur Cunha numa entrevista no inicio deste ano pastoral.
Chegou à ilha por um período de um ano, a convite do anterior bispo de Angra, D. António de Sousa Braga.
“Vinha para ver se me habituava e agora, se tudo correr bem, aqui vou ficar pelo menos até 2019” refere dizendo que no Corvo “não há pobreza” e a população “vive num clima de boa vizinhança”.
“Todos se conhecem e respeitam. O sentido de entre ajuda é muito grande e por isso posso dizer que esta comunidade é uma grande família”, afirma.
A catequese conta com cerca de 55 jovens- a frequência “é de 100%”- tantos quantos os que existem na ilha que já oferece o ensino secundário até ao 12º ano retardando, assim, a saída dos mais novos.
“Eles gostam de cá estar e são muito ativos. Mesmo as crianças que acompanham os pais que vêm trabalhar para cá frequentam a catequese” refere o sacerdote.
Na ilha existe o grupo de catequese, de escuteiros, a filarmónica, a Irmandade do Divino Espírito Santo, o Grupo Coral, as Comissões de Festas, numa palavra “temos leigos muito comprometidos” diz o sacerdote que elege como prioridade a transmissão da fé.
“Estamos muito empenhados com a fé dos nossos jovens e com o empenho deles em todas as actividades que possam permitir o progresso da comunidade” adianta o pe. Artur Cunha.
É nas festas, sobretudo populares, que a ilha se enche. Santo Antão, São Pedro, Sagrada Familia ou a padroeira Nossa Senhora dos Milagres atraem dezenas de pessoas à ilha. É nessa altura que a igreja enche. Nada que preocupe o sacerdote que lembra que a religiosidade popular é uma das formas de manter viva a fé do povo.