“Venho aqui incentivar-vos a caminharmos juntos”, afirma bispo de Angra na Solenidade da Imaculada Conceição

Nas duas primeiras celebrações a que presidiu em São Jorge, na Beira e na Urzelina, D. Armando Esteves Domingues lembrou que para um cristão nada “é impossível” porque tudo é graça e dom

O Bispo de Angra celebrou a Solenidade da Imaculada Conceição na Beira e na Urzelina, na ilha de São Jorge, concelho de Velas, a onde desafiou os cristãos a olhar o mundo com os olhos de Deus.

“Em Deus nada é impossível,  por isso nenhum cristão deve ter a palavra `não´ na boca mas sim o sim do coração, tal como Maria. Ela é o exemplo e o modelo” referiu D. Armando Esteves Domingues por duas vezes, nas duas celebrações a que presidiu naquela que é a primeira visita pastoral  a esta ilha.

“Que sejamos uma fraternidade aberta, cientes de que não há impossíveis. O serviço é escola, na família e na vida. Façamos como Maria e digamos sempre sim ao projeto de Deus e ao serviço aos irmãos” disse o prelado.

Foto: Igreja Açores/CR

De tarde, na Urzelina, onde era dia de festa por causa do 99º aniversário da Filarmónica Urzelinense, que participou na Eucaristia na Solenidade da Imaculada Conceição, o bispo de Angra lembrou que em Igreja “temos de caminhar juntos” e que todas “as parcelas contam, sejam mais distantes ou mais próximas”.

“Venho aqui incentivar-vos a caminharmos juntos. sois uma parcela da diocese, nem mais nem menos do que as outras 164 paróquias” disse D. Armando Esteves Domingues.

“Deixai que vos convide a todos a ser construtores desta Igreja corpo místico de Cristo. O que fazemos não é nada humano. Estejamos atentos ao Espírito e escutemo-Lo e depois perguntai: qual é o projeto que Deus tem para cada um, encontrem a vossa vocação e aceitem a missão” disse o prelado salientando que, na Igreja, a missão é sempre o serviço.

No final da celebração, depois de um encontro com a catequese da paróquia da Urzelina, que conta com 60 crianças e jovens e oito catequistas, o bispo de Angra deu posse aos oito novos elementos que formam o Conselho para os Assuntos Económicos da Paróquia, incluindo o pároco, padre António Azevedo.

“Nada sem o pároco e nada sem o povo de Deus, em unidade com o Bispo. Sempre juntos todos são indispensáveis, na nossa humildade e na nossa fragilidade” disse o prelado que no inicio da sua homilia nesta Solenidade onde se evoca o dogma da Imaculada Conceição, destacou a importância de Maria na história da Salvação.

“Um mulher humilde que foi chamada. Toda a festa que possamos fazer é pouca porque o milagre que Deus faz é extraordinário. Ela é Imaculada por graça de Deus” afirmou.

“Não seria possível a Deus enviar o seu filho sem uma mulher, que contra todos os impossíveis torna-se mãe e dá à luz nada mais nada menos do que o filho de Deus, num tempo em que as mulheres eram pouco relevantes”, disse ainda o prelado.

“Ao contrário do homem velho que se desculpava com o pecado, Maria fica deslumbrada com o sinal de Deus e disponível para O servir”, lembrou a propósito da liturgia destacando que este “é o modelo cristão”.

Já de manhã, o prelado tinha pedido às crianças da catequese da paróquia da Beira que imitassem Maria.

“Oxalá no sim de Maria esteja também o nosso sim para a Igreja e para  Jesus. Em Cristo somos todos ganhadores”, disse.

Antes da Missa, nesta paróquia do concelho das Velas, a mais nova das 13 paróquias de São Jorge, criada em 1983, o bispo de Angra e o padre António Azevedo encontraram-se com os membros do Conselho Pastoral Paroquial e representantes dos movimentos. Durante a conversa foram apresentadas algumas dificuldades no dia-a-dia da Igreja, nomeadamente a crescente indisponibilidade para servir nos diferentes ministérios e tarefas e o envelhecimento de algumas pessoas.

“Não exijam nada;  tentem fazer este esforço evangélico. É preciso um novo esforço de reevangelização. Temos pouca gente aqui e em todo o lugar. Temos de voltar aos pequenos grupos e não podemos pensar que ainda é possível termos uma igreja de multidões” disse o prelado agradecendo o “esforço e o empenho” de todos quantos trabalham na Igreja nesta zona pastoral do concelho das Velas.

A Beira com cerca de 200 habitantes e a Urzelina com cerca de 800, são duas das 13 paróquias da ouvidoria de São Jorge, que conta ainda com várias Ermidas.

Uma das que carece de uma intervenção imediata é a de Jesus Maria José, com um magnifico retábulo barroco em riscos de ruir. Tal como a Torre da antiga Igreja da Urzelina, situada num terreno privado, que precisa de uma recuperação urgente. A Torre é o que resta da primitiva Igreja arrasada pela lava do designado Vulcão da Urzelina.

A 1 de Maio de 1808 uma erupção vulcânica atingiu a freguesia da Urzelina, na ilha de São Jorge. A força da lava atingiu a Igreja poupando apenas a torre do edifício o que acabaria por dar origem a uma lenda, segundo a qual a torre foi poupada por lá se encontrarem guardadas as varas do Divino Espírito Santo.

Um litígio entre Junta e proprietários tem impedido a recuperação deste edifício de forte relevância em São Jorge.

O prelado este domingo visitou ainda o Instituto de Santa Catarina, uma instituição que acolhe várias valências, a começar pela residencial para pessoas com elevada deficiência cognitiva, onde residem nove utentes. Tem ainda um lar com residência noturna para sete idosos, um Centro de Dia, uma Creche e um ATL. Esta instituição que sempre teve uma forte ligação à Igreja é gerida pela rede da segurança social.

Esta terça feira, terceiro dia da visita a São jorge, D. Armando Esteves Domingues  visitará a comunidade paroquial da Ribeira Seca.

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