O Vaticano anunciou hoje que vai lançar um “Pacto Católico Global sobre a Família”, por ocasião do ano ‘Amoris Laetitia’, proclamado pelo Papa Francisco.
A iniciativa é organizada pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) e a Academia Pontifícia das Ciências Sociais, com a colaboração do Centro Internacional dos Estudos da Família (CISF).
As instituições lançaram uma pesquisa, nas últimas semanas, visando a definição do pacto, “um programa formado por um conjunto de ações para a promoção da família no mundo, à luz da Doutrina Social da Igreja”.
“O Pacto envolverá os Centros de Estudo e Pesquisa sobre a família presentes nas Universidades Católicas dos cinco continentes, através da recolha de informações e pesquisas sobre a relevância cultural e antropológica da família”, indica uma nota enviada à Agência ECCLESIA pela sala de imprensa da Santa Sé.
O trabalho vai dedicar particular atenção “às relações familiares, ao valor social da família e às boas práticas de política familiar, a nível internacional”.
O Pacto Católico Global sobre a Família será apresentado como parte de um evento conclusivo, antes do próximo Encontro Mundial das Famílias, em junho de 2022.
O “ano especial” dedicado à família, pelo Papa Francisco, começou a 19 de março, assinalando o 5.º aniversário da exortação ‘Amoris Laetitia’, resultado de duas assembleias do Sínodo dos Bispos.
“Convido a um impulso pastoral renovado e criativo para colocar a família no centro das atenções da Igreja e da sociedade”, pediu Francisco.
O Papa disse que este quer ser um “ano especial para crescer no amor familiar”.
O ano especial foi convocado a 27 de dezembro de 2020, dia em que a Igreja Católica celebrava a festa litúrgica da Sagrada Família (primeiro domingo depois do Natal).
O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família, ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.
Ao longo de nove capítulos, em mais de 300 pontos, Francisco dedica a sua atenção à situação atual das famílias e os seus numerosos desafios, desde o fenómeno migratório à “ideologia de género”; da cultura do “provisório” à mentalidade “antinatalidade”, passando pelos dramas do abuso de menores.
Em Portugal, várias dioceses que publicaram documentos sobre a aplicação das propostas para a pastoral familiar, após as duas assembleias sinodais (2014 e 2015) sobre o tema, nomeadamente no que respeita ao capítulo VIII da ‘Amoris Laetitia’.
A Santa Sé preparou, para o ano especial dedicado às famílias, um conjunto de propostas espirituais, pastorais e culturais, além de 12 percursos de reflexão.