O Vaticano espera que milhões de pessoas participem, a partir de dezembro de 2024, nas celebrações do Ano Santo 2025, o Jubileu convocado pelo Papa Francisco.
“São eventos que, pela sua natureza, atraem uma grande multidão de pessoas a Roma. Penso de modo particular no Jubileu dos jovens, dos movimentos, das confrarias, dos catequistas, do mundo do trabalho, das escolas”, indicou D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé).
Os objetivos e projetos ligados à celebração foram apresentados hoje, em conferência de imprensa.
O arcebispo italiano adiantou aos jornalistas que o Vaticano pediu uma projeção de participantes no Jubileu 2025, na qual se admite que esse número possa chegar a 32 milhões de pessoas.
Os participantes nas celebrações e percursos jubilares vão poder adquirir um “cartão do peregrino”, com um valor simbólico, que lhes dará acesso a descontos especiais.
D. Rino Fisichella destacou a colaboração com as autoridades de Roma e do Governo italiano, mostrando a convicção de que os maiores trabalhos vão estar concluídos até 8 de dezembro de 2024, podendo assim receber o afluxo de peregrinos numa cidade já muito pressionado pela presença de milhões de turistas.
“Roma sempre foi uma atração cultural e o nosso objetivo é que o peregrino também se torne um turista, assim como o turista pode ser fascinado pela experiência do peregrino”, apontou o colaborador do Papa.
A nível do Vaticano, nos últimos meses foram constituídas quatro Comissões e um Comité Técnico, que apoiaram o Dicastério para a Evangelização na elaboração do programa geral: comissão pastoral, comissão cultural, comissão de comunicação e comissão ecuménica.
O programa cultural, de “acesso gratuito”, vai começar a 1 de setembro, com uma exposição de obras do artista renascentista ‘El Greco’, que nunca saíram de Espanha
A Santa Sé quer ainda levar obras de arte a hospitais ou prisões, como “mensagem de esperança”.
O Jubileu, com o lema ‘Peregrinos da Esperança’, coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter Europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.
Os peregrinos podem ainda fazer a tradicional peregrinação das “sete igrejas”, de São Filipe Neri ou a peregrinação às igrejas dedicadas às doutoras da Igreja e padroeiras da Europa.
O Vaticano apresentou ainda, pela primeira vez, o hino oficial do Jubileu, após um concurso internacional em que participaram 270 pessoas de 38 países diferentes, incluindo quatro portugueses.
O texto de Pierangelo Sequeri, teólogo e musicólogo, foi musicado pelo maestro italiano Francesco Meneghello.
A partir de setembro, vai estar disponível no site oficial e na APP do Jubileu a opção de inscrição nos eventos e na peregrinação à Porta Santa, na Basílica de São Pedro.
O Ano Santo de 2025 será o 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja.
Foi o Papa Bonifácio VIII quem, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixada de 25 em 25 anos.
O último jubileu foi o Ano Santo extraordinário dedicado à Misericórdia, convocado com a Bula ‘Misericordiae Vultus’ do Papa Francisco, cuja coordenação foi também confiada a D. Rino Fisichella.
Esse jubileu decorreu de 29 de novembro de 2015, com a abertura antecipada da Porta Santa em Bangui, na República Centro-Africana – no Vaticano, aconteceu a 8 de dezembro, em São Pedro – a 20 de novembro de 2016.
Ao longo da história da Igreja, foram vários os anos jubilares, cuja lista se apresenta em seguida, com referência aos Papas que o convocaram e presidiram:
1300: Bonifácio VIII
1350: Clemente VI
1390: Proclamado por Urbano VI, presidido por Bonifácio IX
1400: Bonifácio IX
1423: Martinho V
1450: Nicolau V
1475: Proclamado por Paulo II, presidido por Sisto IV
1500: Alexandre VI
1525: Clemente VII
1550: Proclamado por Paulo III, presidido por Júlio III
1575: Gregório XIII
1600: Clemente VIII
1625: Urbano VIII
1650: Inocêncio X
1675: Clemente X
1700: Aberto por Inocêncio XII, encerrado por Clemente XI
1725: Bento XIII
1750: Bento XIV
1775: Proclamado por Clemente XIV, presidido por Pio VI
1825: Leão XII
1875: Pio IX
1900: Leão XIII
1925: Pio XI
1933: Pio XI
1950: Pio XII
1975: Paulo VI
1983: João Paulo II
2000: João Paulo II
2015: Francisco
(Com Ecclesia)