Camiões com alimentos, roupas, produtos de higiene e medicamentos, chegaram esta segunda-feira a Kharkiv, na Ucrânia, depois de terem partido de Roma (Itália), numa operação levada a cabo pelo Dicastério da Caridade (Santa Sé).
“É realmente uma alegria receber a notícia de que o camião com os presentes do Santo Padre e de muitas pessoas chegou ao seu destino na Ucrânia”, afirmou o cardeal Konrad Krajewski, prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, em declarações ao portal ‘Vatican News’.
O esmoler pontifício refere que antes não era possível revelar qual o destino dos bens “por motivos de segurança”, indicando que o lugar escolhido é das áreas mais bombardeadas, onde “as pessoas estão a sofrer muito”.
Depois de terem partido na passada quinta-feira, os camiões com os donativos já se encontram em território ucraniano, tendo para isso ajudado um grupo de guardas suíços que colaboraram com o Dicastério para a Caridade, que desde o início da guerra tem enviado bens para a população atingida pelo conflito.
Em Roma, foram os jovens soldados da Guarda Suíça que carregaram os camiões manualmente, durante várias horas, tendo os veículos ficado com caixas até ao teto.
O cardeal Konrad Krajewski agradeceu aos guardas suíços pelas “muitas e muitas horas” que dedicaram a carregar os camiões e também aos cidadãos de Roma “que foram muito generosos”.
“Obrigado, também, é claro, ao Papa, que mais uma vez demonstrou proximidade concreta com a ‘martirizada’ Ucrânia, que menciona em todos os apelos públicos, pedindo aos fiéis que não a esqueçam”, disse ainda.
Os bens enviados foram também partilhados com a Igreja greco-católica local.
Num vídeo a que o sítio online do Vaticano teve acesso, o bispo Vasyl Tuchapets, agradece ao Papa e à Santa Sé pelo gesto de proximidade, em que é possível ver nas imagens a Catedral de São Nicolau, onde foi montado um centro de recolha.
“Louvado seja Jesus Cristo. A ajuda humanitária de Roma chegou à nossa catedral. Gostaria de agradecer especialmente ao padre Marco Semehen, que organizou a recolha para o povo de Kharkiv que está a sofrer com a guerra. Agradeço à Associação de Santa Sofia, aos voluntários e aos membros da comunidade de Roma que prepararam e enviaram essa ajuda. Chegaram produtos que as pessoas pedem sempre, além de outras coisas de que precisam”, referiu.
O bispo Tuchapets abordou ainda o contexto atual no país que tem motivado a procura de ajuda em Kharkiv.
“[Ultimamente] muitas pessoas foram retiradas de lugares próximos à fronteira com a Rússia, especialmente de Vovchansk e Lyptsi, onde os combates estão a acontecer. Muitas dessas pessoas chegaram a Kharkiv e procuram-nos todos os dias a pedir comida e outros itens essenciais, como roupas de cama e pratos, porque muitas vezes tiveram que fugir apenas com os seus documentos nas mãos para salvar as suas vidas”, lamentou.
Esta “ajuda humanitária é realmente importante e agradeço novamente a todos os benfeitores que aceitaram nosso apelo e decidiram ajudar o povo de Kharkiv que está sofrendo com a guerra. Rezamos por todos os benfeitores. Que Deus os abençoe”, acrescentou.
A ofensiva militar russa no território ucraniano já dura há mais de dois anos, depois de ter sido lançada a 24 de fevereiro de 2022.
(Com Ecclesia e Vatican News)