O Papa Francisco afirmou hoje no Vaticano que, quem está doente, precisa da “proximidade das pessoas queridas” e denunciou situações de pobreza e de guerra onde é negado o direito aos cuidados de saúde.
“Não podemos esquecer o facto de que é negado a tantas pessoas o direito ao cuidado, e por isso o direito à vida. Penso nos que vivem a pobreza extrema, e penso também nos territórios de guerra, onde são violados todos os dias os direitos humanos fundamentais. É intolerável”, afirmou o Papa, lembrando a Ucrânia, o Médio Oriente, Myanmar e todos os conflitos.
Na oração do ângelus com os peregrinos presentes e Roma, nomeadamente um grupo da escola de Vila Pouca de Aguiar, o Papa assinalou o Dia Mundial do Doente, que se celebra, em cada ano, no dia 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, referindo-se à importância das “relações na doença”.
“A primeira coisa de que precisamos, quando estamos doentes, é a proximidade das pessoas queridas, dos profissionais de saúde e, no coração, da proximidade de Deus”, afirmou o Papa.
Francisco apelou à proximidade de quem sobre, à visita aos doentes e expressou a sua proximidade “a todas as pessoas doente ou mais frágeis”, assim como de toda a Igreja
“Não esqueçamos o estilo de Deus: proximidade compaixão e ternura”, disse o Papa.
Na meditação antes da oração do ângelus, Francisco recordou o estilo de Jesus diante de quem sofre: “poucas palavras e factos concretos”.
“Ele sempre faz isso, fala pouco e às palavras faz acompanhar imediatamente ações: inclina-se, pega pela mão, cura. Não se detém em discursos ou interrogatórios, muito menos em pietismo e sentimentalismos. Demonstra, pelo contrário, o pudor delicado de quem escuta atentamente e age com solicitude, de preferência sem chamar a atenção”, lembrou o Papa.
“É uma maneira maravilhosa de amar, e como nos faz bem imaginá-la e assimilá-la! Pensemos também quando nos acontece encontrar pessoas que se comportam assim: de poucas palavras, mas generosas no agir; reservadas em aparecer, mas prontas para se tornarem úteis; eficazes em socorrer, porque dispostas a ouvir.
O Papa lembrou que as relações de ajuda só acontecem numa dimensão concreta, denunciando a “virtualidade efémera das relações” que “parece ganhar cada vez mais terreno”.
“O amor precisa de concretude, de presença, de encontro, de tempo e de espaço: não pode limitar-se a belas palavras, a imagens numa tela, a selfies de um momento ou a mensagens precipitadas. São instrumentos úteis que podem ajudar, mas não bastam para o amor, não podem substituir-se à presença concreta”, disse o Papa.
Francisco lembrou, após a oração do ângelus, a canonização, ao início do dia na Basílica Vaticana, da primeira santa argentina, Maria Antónia de Paz y Figueroa, conhecida como “Mamã Antula” que viveu no século XVIII e se dedicou aos mais necessitados.
O 32ºDia Mundial do Doente é celebrado pela Igreja Católica a 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, e na mensagem para este ano, o Papa escolheu como tema “Não é conveniente que o homem esteja só”.
(Com Ecclesia e Vatican News)