Atentados já foram comentados também pelos bispos portugueses, que se solidarizam com as vitimas
O Vaticano reagiu hoje com consternação à onda de atentados terroristas que assolou esta sexta-feira à noite a cidade de Paris, em França, e que provocou pelo menos 150 mortos e mais de 200 feridos.
“Estamos chocados com esta nova manifestação de loucura, de ódio e de violência terrorista, que condenamos do modo mais radical possível, em sintonia com o Papa Francisco e com todos aqueles que amam a paz”, disse esta manhã o porta-voz da Santa Sé.
Numa declaração publicada pela Rádio Vaticano, o padre Federico Lombardi frisa que a tragédia que aconteceu na capital francesa representa “um ataque à paz de toda a humanidade, e requer uma resposta decisiva e sustentada da parte de todos quantos rejeitam esta onda de ódio assassino, em todas as suas formas”.
O Governo francês já decretou o estado de emergência no país, depois de ao início da última noite pelo menos sete explosões e tiroteios terem sido registados em diferentes locais de Paris.
Três das explosões aconteceram bem perto do Stade de France, onde mais de 80 mil pessoas assistiam ao jogo de futebol entre a seleção francesa e a Alemanha.
Outro atentado teve lugar no Bataclan Café, uma sala de espetáculos também próxima do recinto desportivo, onde decorria um concerto.
Centenas de pessoas que assistiam ao espetáculo ficaram retidas dentro da sala por quatro terroristas que dispararam sobre o público provocando pelo menos 1127 mortos e centenas de feridos, 80 dos quais em estado muito grave.
Na sua mensagem, o porta-voz do Vaticano frisa a proximidade do Papa Francisco “a todas as vítimas, aos feridos e a todo o povo francês”.
Também os Bispos portugueses já manifestaram a sua “proximidade” com as vítimas dos atentados de Paris
«Esta forma de conduzir a História não é a verdade acerca da humanidade», frisou D. José Traquina, Bispo auxiliar de Lisboa que qualificou os atentados em Paris como uma “regressão” no caminho da humanidade que deveria ter sempre “a pessoa como o que há de mais sagrado”.
“Numa sociedade aberta em regime de respeitabilidade pela diferença, quem é que toma iniciativas desta natureza?”, questiona o bispo auxiliar de Lisboa, para quem “o diálogo” deve ser a única “arma de entendimento e de relacionamento entre as pessoas”.
“Não vamos pelo caminho da vingança, vamos continuar a afirmar o respeito pela vida humana, a respeitar os valores que nos identificam”, apela D. José Traquina.
Sobre a possibilidade destes acontecimentos terem influência no processo de acolhimento aos refugiados em Portugal, já que muitos deles são provenientes de países de maioria muçulmana, como o Irão ou a Síria, o bispo auxiliar de Lisboa acredita que a marcha da solidariedade não será travada pela desconfiança ou pelo medo.
“Espero que não, porque os refugiados estão exatamente a fugir da violência. Espero é que eles não sejam atingidos, que não fujam de um lado e apanhem do outro”, aponta o responsável católico, lembrando o drama que estas pessoas têm vivido nos seus países de origem, devido a problemas como a guerra e a discriminação étnica e religiosa.
“Muitas destas pessoas estão a sofrer, deixaram as suas terras, os seus bairros, as suas casas e portanto merecem o acolhimento e a nossa vontade de acolhimento é grande”, realça D. José Traquina.
CR/Lusa/Ecclesia