V CEN: Presidente da CEP pede que Eucaristia leve ao encontro de “quem mais precisa”

Foto: Agência Ecclesia/SM

D. José Ornelas deixa mensagem aos que se sentem “desanimados com os escândalos, os abusos”

“A Eucaristia desemboca sempre no partir do pão”, que é “oferecido a quem mais precisa”, indicou D. José Ornelas, na Missa que inaugurou o segundo dia de trabalhos do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), a decorrer no Fórum Braga.

O responsável católico apelou à partilha do “pão da vida, da solidariedade, da presença, da misericórdia”.

“Juntos, nós fazemos a diferença”, sustentou.

A homilia dirigiu-se às pessoas “desanimadas com os escândalos, os abusos”, na Igreja, destacando que ninguém deve esperar uma comunidade “perfeita” para fazer parte dela.

“Somos esta Igreja sempre a caminho”, precisou.

O CEN, que se iniciou esta sexta-feira, acontece na arquidiocese minhota, 100 anos depois da sua primeira edição, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

De acordo com a organização, estão inscritas cerca de 1400 pessoas, com representação de todas as dioceses de Portugal, quatro cardeais e 30 bispos, sendo esperada a participação de dezenas de milhares de pessoas na Eucaristia de encerramento, este domingo, no Santuário do Sameiro.

“Que este Congresso ajude a nossa Igreja a partilhar os dons que o Senhor coloca à sua disposição em cada irmão e irmã, para partilharmos em comunidade e para oferecer aos que mais precisam”, desejou D. José Ornelas.

O bispo de Leiria-Fátima sublinhou que este encontro acontece em “tempos de rápida e radical mudança em todo o mundo” e na Igreja.

“Deus, tantas vezes, é incómodo, para nos pôr a caminho e fazer renovar a autêntica presença de Deus no meio de nós”, apontou.

A homilia evocou a celebração da memória litúrgica de São Justino (séc. II), teólogo e mártir, a quem se deve a mais antiga descrição da Eucaristia e que procurou uma “sabedoria nova” para falar à cultura romana.

O presidente da CEP sublinhou que já neste relato das celebrações dominicais, a Eucaristia surgia em primeiro lugar como “uma reunião”, a “comunidade que se reúne, em nome do Senhor”.

“Somos chamados, não vimos aqui simplesmente porque nos pusemos de acordo”, declarou.

A homilia destacou a reforma litúrgica do Vaticano II (1962-1965), que ajudou a “celebrar de outro modo”, referindo que “não há razão para querer voltar atrás”.

“É sempre a mesma presença do Senhor que celebramos”, indicou D. José Ornelas.

A intervenção recordou experiências ligadas à celebração da Eucaristia, em territórios de missão, como numa comunidade de Moçambique (Zambézia), durante a guerra, na qual os cristãos iam pé ao Malawi, durante cerca de 200 quilómetros, para trazer a Eucaristia.

“Sentiam que valia a pena esse risco, esse esforço”, observou o presidente da CEP.

O programa do V CEN prossegue com a intervenção do padre Carlos Carneiro, jesuíta, que apresenta a conferência “Alimentar a Esperança”.

A partir das 15h00 realizam-se sete workshops sobre os temas hospitalidade, jovens (JMJ e Eucaristia), família, pobres, ecologia, espiritualidade eucarística e confrarias do Santíssimo Sacramento.

No domingo, a partir das 07h00, os participantes são convidados a fazer-se peregrinos, a pé, até ao Sameiro.

(Com Ecclesia)

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