Bispo de Angra presidiu à celebração que assinalou o 25º aniversário da Igreja de Santa Luzia de Angra e desafiou a comunidade “a ser luz” dentro da cidade
A Igreja de Santa Luzia, em Angra do Heroísmo, celebrou este domingo o 25º aniversário da sua dedicação e na celebração de acção de graças, que fez memória dessa efeméride, o bispo de Angra desafiou a comunidade a ser sinal de luz dentro da cidade de Angra.
“Uma igreja nova é uma Igreja que é projecto de pessoas, com os jovens e com todos” disse D. Armando Esteves Domingues lembrando que os edifícios “são importantes “ porque ajudam “a congregar, a juntar”; mas o mais importante são as pessoas.
“A arquitectura, a engenharia e as obras são muito importantes mas são os projectos com as pessoas que importam”.
“Que esta comunidade seja sinal de luz e de santidade dentro desta cidade de Angra e da proximidade de Deus convosco e vocês com Deus” disse ainda o prelado durante a homilia da missa concelebrada por vários sacerdotes, entre eles os dois que estiveram no momento da inauguração da nova Igreja a 7 de março de 1999 e um dos sacerdotes que foi pároco, ainda durante a década de 60 do século XX, no anterior edifício que haveria de ser destruído pelo sismo de 1980, que devastou a cidade de Angra.
“O Senhor nunca deixa cair a sua Igreja, por maiores que sejam as suas dificuldades; o Senhor assiste-a desde sempre” disse ainda o prelado insular recordando que “não há Igreja, não há vida cristã, sem cruz, sem Cristo crucificado, que depois ressuscita”.
“Precisamos de O olhar: Cristo crucificado mas que renasce e vive. Como é que O olho? Que sinais colho a partir da cruz?” interpelou, dando de imediato a resposta: “todos temos elementos que nos magoam e se tornam pesados como uma cruz”, mas os cristãos devem “confiar”.
“ Se tu queres Senhor, é o melhor para mim” sublinhou, ainda, depois de referir que o que define um cristão “não é amar a Deus”, mas “saber que Deus ama incondicionalmente”.
“É preciso encher o mundo de amor, do amor de Deus. Vamos a isso?” desafiou, por fim, D. Armando Esteves Domingues, depois de ter destacado a importância da paróquia como “o sinal desta proximidade de Deus com os homens, mas também dos homens entre si”.
“A paróquia hoje deve ser uma referência; ali é mais fácil encontrar-me com Deus e com os irmãos. Não é a paróquia do padre, é a paróquia da comunidade de irmãos que se acompanham, se estimam e se consideram… esta é a grande luz sobre a cidade”, afirmou.
“Por vezes, não é a porta aberta do templo que chama, mas a Igreja viva que se vive cá dentro e muito do testemunho da Igreja hoje passa pela forma como estamos juntos” disse, ainda, pois “a forma hoje também é conteúdo, é evangelização”.
O atual pároco de Santa Luzia, padre Pedro Lima lembrou a preocupação na organização destes festejos.
“Salienta-se a comemoração do edifício mas sobretudo a comunidade que é chamada a ser as pedras vivas deste edifício, desta Igreja” referiu.
“Há 25 anos procurou-se que a nova Igreja fosse uma Igreja que falasse a linguagem dos novos tempos, atual, ampla, aberta, acolhedora, olhando para Santa Luzia que espreita e olha pela cidade de Angra” disse ainda.
“A ideia era garantir a Igreja virada para a cidade”, concluiu.
Os festejos começaram ainda no ano passado e procuraram juntar todos os intervenientes que estiveram na base da construção deste templo, um dos mais recentes da ouvidoria de Angra, feitos quase de raíz.
A Igreja de Santa Luzia de Angra está edificada numa das zonas mais altas da cidade e resultou da necessidade de reconstrução da Igreja primitiva destruída pelo sismo.