Uma congregação preocupada com uma “formação universal”

Religiosas de Maria Imaculada assinalam 125 anos da morte da sua fundadora

“Temos que reconhecer na criação desta Congregação uma obra da Divina Providência que segundo as necessidades dos tempos envia remédios oportunos”. É com esta frase de Santa Vicenta Maria que se apresentam as Religiosas de Maria Imaculada, uma congregação que nasceu em Espanha, em 1876, no dia da Festa da Santissima Trindade, e se estendeu aos quatro continentes, tendo hoje comunidades muito “expressivas” na Índia, no Brasil e em África.

“Nós, Religiosas de Maria Imaculada, somos as continuadoras do Carisma e da Missão de Santa Vicenta Maria, na Igreja” esclarece ao Sítio Igreja Açores a superiora do Convento da Esperança, a casa destas religiosas em Ponta Delgada, nos Açores.

“A opção por Jesus Cristo, como resposta ao seu chamamento, está na base da totalidade da nossa vida. É um rasgo da nossa identidade”, sublinha a Irmã Maria Alice.

Os elementos constitutivos do Carisma das Religiosas de Maria Imaculada são: O amor-  “Sem este amor-caridade não se poderá levantar o edifício do Instituto”; o desejo de procurar e realizar a vontade de Deus; a “paixão pelas jovens, pelo seu amadurecimento humano, formação, promoção e santificação”;  a obediência; a oração a partir da vida e para a vida; o amor a Maria- “modelo de mulher nova e a alternativa de um modo de ser mulher”, para a jovem de hoje” e o amor à Eucaristia.

“Ela era uma mulher muito eucarística, é aí que ela dedica o amor a Jesus e ao próximo e depois concretiza na missão” destaca ainda a Irmã Maria Alice, lembrando o seu empenho na defesa das jovens, o que a levou a afirmar mais tarde, depois da realização de alguns exercícios espirituais com as jovens e de ter conseguido fundar a congregação “as jovens triunfaram”.

As Religiosas de Maria Imaculada têm sempre uma “grande” ligação à comunidade onde se inserem e vivem em comunidades onde estão sempre presentes leigas, nomeadamente as jovens que assistem.

“A Comunidade Apostólica é expressão da caridade, da unidade e da simplicidade para o acolhimento, a promoção e a evangelização da jovem”, pode ler-se no Sítio da Internet das Religiosas de Maria Imaculada, que conservam a sua casa mãe em Espanha, concretamente em Madrid, onde por exemplo, o oratório é o quarto onde Santa Maria Vicenta faleceu. É lá de resto que está o seu sepulcro.

Neste ano de Vida Consagrada, também estas religiosas “deitam” contas à vida.

“Há de facto uma crise de vocações devido a vários fatores desde a crise na família, que não educa nem é o tal viveiro impulsionador de vocações; baixa taxa de natalidade e outros como a falta de capacidade para compromissos duradoiros” remata a Superiora Irmã Maria Alice.

A formação inicial das religiosas é feita em Espanha, nos três primeiros  anos. Depois dos primeiros votos, as religiosas têm uma formação mais universal e repetem os votos ano após ano por um período que varia entre os 5 e os 9 anos. Quando se preparam para os votos perpétuos, têm de passar pelo menos seis meses em Roma, realizando os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola. Só depois fazem os votos perpétuos.

“Procuramos que a nossa formação seja muito universal para melhor podermos servir”, conclui a Irmã Maria Alice.

Este ano, a Congregação assinala os 125 anos da morte da sua fundadora que  foi beatificada pelo Papa Pio XII em 1950 e canonizada em 1975 por Paulo VI.

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