Sara Ferreira, natural de Ponta Delgada, parte para a Mongólia. Na bagagem leva a única bússola que conhece: a palavra de Deus.
Realiza-se no próximo dia 5 de julho, na Igreja de São José, em Ponta Delgada, pelas 18h00, a “missa de envio” de Sara Ferreira de Ponta Delgada para a Mongólia, onde juntamente com uma “família” portuguesa vai “instalar” os “alicerces da palavra de Deus”.
Aos 24 anos, já com algum Caminho percorrido na primeira comunidade neocatecumenal da paróquia de São José, Sara Ferreira, parte com uma única certeza: “Ele não me vai abandonar”
“Sinto que estou a fazer- Lhe a vontade e que estou ao serviço Dele. por isso sinto uma grande paz interior” adianta Sara, administrativa na empresa familiar, que dá como adquirido que esta experiência “vai ser uma evangelização”.
Partirá numa missão ad gentes, ainda durante o mês de julho, rumo à Mongólia. Com ela vão mais 29 “irmãos” que serão a sua família nos próximos tempos.
A Sara é a única açoriana do Caminho Neocatecumenal que parte numa missão ad gentes que foi abençoada pelo Papa Francisco no próximo dia 1 de fevereiro no Vaticano para cumprir uma missão nos quatro continentes.
Ao todo são 75 famílias, oito das quais portuguesas que partem para uma Nova Evangelização nos quatro continentes.
“Só tenho bilhete de ida…logo se vê como corre… não costumo criar muitas expetativas; coloco-me na mão de Deus já que estou a cumprir a sua vontade”, diz com a certeza inabalável, semelhante à que o guerreiro Genghis Kahn teve ao derrotar o inimigo chinês para construir o grande império Mongol, no século XIII, livre do jugo da China.
Nessa altura chegou às estepes da Mongólia a primeira igreja católica que haveria de desaparecer no ano de 1368 com a chegada da dinastia Yuhan.
Desde então só voltou a haver missionários cristãos após a Guerra do ópio, em meados do século XIX, mas com uma curta estada.
Bastou um ano para que a chegada dos comunistas inviabilizasse qualquer projeto cristão ou outro pois foi proíbida a liberdade religiosa.
Os cristãos mongóis (cerca de 400) teriam de esperar pela instauração do regime democrático em 1991 para voltar a rezar, enquanto comunidade, em liberdade e assim prosseguirem a sua religião de forma aberta.
É nessa altura que regressam os missionários e formam na capital, Ulaanbaatar, um centro de apoio às crianças da rua liderado pela Congregação do Imaculado Coração de Maria.
É criada a Diocese em 96 e o Papa João Paulo II chega mesmo a equacionar uma deslocação à Mongólia que acabou por nunca se concretizar.
O Caminho Neocatecumenal, a que Sara pertence, nasceu há 50 anos em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández e é reconhecido pela Igreja Católica como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje”, assente em três pilares fundamentais: a palavra de Deus, a Eucaristia e a vida em comunidade.
Atualmente está implantado também em algumas nações tradicionalmente não cristãs, como China, Egito, Coreia do Sul e Japão.
No que diz respeito à missão ad gentes, o grupo católico conta atualmente com mais de 230 famílias a trabalharem em 52 cidades.