Um ano jubilar em preparação

Obras e novas atrações museológicas em curso

O Santuário do Senhor Santo Cristo vai acolher em 2019 o primeiro grande encontro de reitores dos santuários diocesanos. O objetivo é acertar “um roteiro” que valorize turisticamente os cinco santuários diocesanos- Santo Cristo dos Milagres (São Miguel), Bom Jesus do Pico (Pico), Santo Cristo da Caldeira (São Jorge), Nossa Senhora da Conceição (Terceira) e Nossa Senhora dos Milagres (Terceira)- e que tenha por base uma estratégia conjunta.

“Cada vez temos mais turistas. Gente que vem como peregrina mas também por mera curiosidade patrimonial e nós teremos de aproveitar isso” refere o cónego Adriano Borges que este ano já encetou uma estratégia conjunta com o Santuário do Pico onde a temática da partilha, vem e segue-Me é a mesma.

“Aqui no Santuário já temos um núcleo museológico que é muito procurado. Queremos implementar no futuro um roteiro museológico dentro do próprio convento” refere o sacerdote. O atual núcleo está sediado na antiga cozinha do convento, mas o objetivo será a criação de um espaço museu onde estarão expostas as capas do Santo Cristo que cobrem a imagem do Ecce Homo que foi oferecida às freiras Clarissas pelo papa Paulo III há mais de 400 anos e que pesa cerca de 450 quilos.

À  semelhança do que se passa num museu ou num monumento nacional , já devidamente estudado, também no Santuário do Santo Cristo passará a haver um acolhimento na entrada e serão disponibilizados equipamentos áudio, em várias línguas, que apresentarão a história de fé e de arte associada a este culto do Senhor Santo Cristo, que leva quase 400 anos.

“A ideia é associarmos o valor patrimonial e artístico deste espaço garantindo sempre uma enorme vertente de espiritualidade” refere o responsável.

“O Santuário sempre foi e sempre será um espaço de oração e de grande espiritualidade e temos procurado aumentar a assistência espiritual aos peregrinos”, mas também há quem “nos visite por mera curiosidade”.

Aliás, através deste percurso museológico os visitantes poderão ter a ideia do que era uma vida conventual.

Por isso “temos de ser capazes de dar resposta a uns e a outros sem nunca perder de vista a ideia central: o Santuário como espaço de oração” refere o reitor do Santuário.

 

Obras de conservação e restauro em vários espaços

A recuperação dos azulejos do coro baixo do Convento da Esperança, onde habitualmente se encontra durante todo o ano a imagem do Senhor Santo Cristo já está concluída, a tempo das festas deste ano. Em setembro arrancarão as do coro alto, igualmente minuciosas e centradas essencialmente no restauro de madeiras e talha dourada do altar, “e algumas telas e imagens de muita qualidade”, que integram um vasto património com séculos de existência, salientou o reitor. Uma tarefa igualmente difícil como foi a de recuperar azulejos historiados do séc. XVIII, de António de Oliveira Bernardes.

A capela e o convento foram construídos em 1545 e as obras que progressivamente foram desenvolvidas precisam sempre de uma atenção especial que uma vez mais será repartida entre os responsáveis do Santuário, a Comissão de Bens Culturais da Igreja e a Direção Regional da Cultura.

O reitor do Santuário destacou ainda que essa intervenção “vai não só incluir o chão do coro alto, mas também os telhados do torreão e da igreja”, frisando que não é de prever que os trabalhos condicionem a atividade normal do santuário, como a eucaristia diária, nem impliquem o fecho do espaço.

 

O acolhimento dos peregrinos

O projecto de acolhimento dos peregrinos é a terceira fase do processo de obras que decorre no Santuário. Só começará quando estiverem garantidos os apoios financeiros mas já há um plano de trabalho: remodelar os quartos, adaptando-os e dotando-os de equipamentos mais confortáveis e consentâneos com os dias de hoje.

“Queremos acolher os peregrinos mas também queremos acolher os doentes que por qualquer motivo de saúde vêm a Ponta Delgada para fazer tratamentos de doenças que exijam a permanência na cidade”, disse ao Igreja Açores o Cónego Adriano Borges.

“Gostaríamos de ter um espaço para dar esse apoio espiritual mas também  que estivesse dotado de técnicos e condições para que as pessoas desenvolvam várias actividades”.

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