Último dia da Visita Pastoral às Flores ficará marcado por um gesto de unidade da diocese de Angra com o Papa na oração pela Paz

Na Procissão em honra de Nossa Senhora do Rosário será rezada uma dezena do rosário pela Paz na Terra Santa e no mundo inteiro

Foto: Igreja Açores/CR

O bispo de Angra estará unido ao Papa Francisco no próximo domingo às 16h00, menos duas horas que em Roma, e quando Francisco estiver a rezar o terço na Basílica de Santa Maria Maior, também nas Flores será rezada uma dezena do Rosário pela paz, no inicio da procissão em honra de Nossa Senhora do Rosário, que decorrerá no concelho das Lajes.

O momento celebrativo encerra a primeira visita pastoral do episcopado de D. Armando Esteves Domingues e pretende sinalizar a unidade com o Papa não só na oração pela Paz na Terra Santa mas também pelo sucesso dos trabalhos da 2ª Sessão da XVI Assembleia Plenária do Sínodo.

No dia seguinte, D. Armando Esteves Domingues sugere também que a jornada de oração e jejum nos Açores  possa ser celebrada por toda a Igreja dicoesana, num sinal claro de que pela oração e pela escuta da Palavra a Igreja insular pode encontrar a capacidade para caminhar junta.

O Papa convocou um dia de oração e jejum pela paz perante o cenário “dramático” que se vive no mundo, com o agravamento de vários conflitos.

“Para invocar a intercessão de Maria Santíssima pelo dom da paz, no próximo domingo irei à Basílica de Santa Maria Maior, onde rezarei o Santo Rosário e dirigirei à Virgem uma sincera súplica. Se possível, peço também a vocês, membros do Sínodo, que se unam a mim nessa ocasião”, disse.

No dia seguinte, 7 de outubro, o convite do Pontífice estendeu-se a toda a comunidade dos fiéis para viver um dia de oração e jejum pela paz no mundo:  “Vamos caminhar juntos. Vamos ouvir o Senhor. E deixemo-nos guiar pela brisa do Espírito” disse, na homilia da Missa de abertura da segunda sessão da Assembleia Sinodal, na Praça de São Pedro.

“Quanto nós precisamos de paz nestes grandes palcos de guerra mas também de uma oração de paz nas nossas formas de estar, de falar, de ouvir, de construir e de planificar as coisas que são de Deus e não apenas nossas”, referiu D. Armando Esteves Domingues.

Visita à escola das Lajes

No âmbito desta visita pastoral, o prelado diocesano visitou esta manhã a Escola das Lajes. Surpreendido pela greve dos auxiliares de educação não pôde encontrar-se com alunos mas aos professores lembrou a tarefa que a escola tem no ensino de valores.

“Temos todos, crentes e não crentes, um desafio no coração: reconhecer, valorizar e cuidar da criação. Aqui nas Flores, com tanta natureza, podemos contemplar e dar graças pela criação e pelo criador. É difícil perder-se a fé diante da exuberância e da beleza do que Deus cria e é capaz de criar” referiu D. Armando Esteves Domingues a dezena e meia de professores, dos 21 que servem nesta escola.

“Se olharmos a criação como um dom será mais fácil considerarmo-nos irmãos, agora se olharmos a criação como um recurso, olhando para a questão da globalização, não conseguiremos contribuir para uma humanidade melhor”.

Invocando a memória de São Francisco de Assis e lembrando que esta sexta-feira termina a iniciativa do Tempo da Criação- período entre 1 de setembro e 4 de outubro, fixado pelo Vaticano para considerar em especial as questões da ecologia integral-, o responsável pela Igreja dos Açores, ouviu a leitura de três testemunhos de alunos de Educação Moral e Religiosa Católica do segundo ciclo, a valorizar a construção da Paz.

Nesta escola a taxa de matrícula na disciplina de EMRC, no primeiro e segundo ciclos, é de 100%, abrangendo inclusive alunos de outras confissões religiosas como Shein, natural de Omer, em Israel, judia, residente há um ano nas Flores que frequenta a disciplina e participa nas festas que a Escola organiza na Páscoa, no Espírito Santo e no Natal.

“Vivo nas Flores há um ano. Senti-mo em paz com a natureza. Gosto de EMRC porque falamos de paz e apesar das religiões serem diferentes rezamos ao mesmo Deus e isso é bom”, referiu a jovem que vive com a família neste concelho.

É, de resto, nas Lajes que existe a maior comunidade imigrante da ilha das Flores.

“Numa comunidade tão pequena é fácil ser-se família” concluiu o bispo de Angra.

Esta noite o Bispo de Angra presidirá a uma eucaristia na igreja paroquial da Lomba e à noite encontrar-se-á com o Conselho Pastoral da Ouvidoria, naquela que será a última reunião com os representantes de todas as paróquias, serviços e movimentos da Igreja nas Flores.

A visita prossegue sábado no Mosteiro- a mais pequena paróquia dos Açores, com 28 pessoas- e na Fajãzinha.

No domingo, último dia da visita, o prelado estará na Fajã Grande e presidirá á Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, nas Lajes.

 

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