Trabalhadores Cristãos querem medidas concretas dos dirigentes europeus
O Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa (MTCE) apelou hoje, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, para que os políticos do Velho Continente “ponham fim à morte dos refugiados” no Mediterrâneo.
No texto, assinado pelo presidente do organismo, Otto Meier, os trabalhadores cristãos criticam “a prática de um isolamento radical” por parte dos responsáveis europeus, “que não permite a entrada dos refugiados”.
Antes “promove o crescimento de bandos criminosos que transportam imigrantes, e contribui para provocar a morte de milhares de mulheres, crianças e jovens que vêm em busca de ajuda”, pode ler-se.
Para os membros do MTCE, “as tragédias no Mediterrânio” têm posto a nu “as políticas erradas dos governos europeus”, cheias de medidas “horrorosas e desumanas”, implementadas com a máxima “o barco está cheio e não há mais lugar para refugiados”.
Por outro lado, os “valores cristãos” que suportam a União Europeia não têm correspondência com “o apoio aos governos corruptos em África, a exploração dos seus recursos naturais, os acordos de livre comércio impostos à custa da economia africana”.
Situações que “estão a dar lugar a um êxodo de todo um continente”, apontam.
“Em vez de procurar estabelecer um acordo de isenção de livre comércio com os Estados Unidos”, refere o MTCE, “a Europa deve esforçar-se para conseguir um comércio mundial justo, tendo em conta o desenvolvimento e os interesses dos países africanos”.
É preciso “abrir uma perspetiva económica aos países de África”, apela o organismo cristão.
A União Europeia anunciou recentemente um conjunto de medidas para tentar contrariar a situação trágica dos imigrantes no Mediterrâneo, que inclui sobretudo uma vigilância mais apertada naquele território e junto às fronteiras nacionais.
Na opinião dos trabalhadores cristãos, é preciso sim “intensificar a ajuda humanitária e por fim à política de inacessibilidade para os refugiados, tanto por terra como por mar”.
“Os valores europeus de solidariedade, caridade e justiça cristãs devem ser o fundamento das decisões políticas”, reforça o MTCE.