A Série desenvolvida em parceria entre o Instituto Católico de Cultura e RTP Açores debate anualmente em tr~es programas os grandes temas da atualidade
Vai para o ar esta quarta-feira na RTP Açores o terceiro e último programa da III série Igreja e Sociedade, uma parceria entre o canal público de televisão e o Instituto Católico de Cultura, sobre a sinodalidade e a forma como a Igreja caminha neste dealbar do século XXI.
No último programa da terceira série estarão à conversa o padre Paulo Terroso, membro da equipa de comunicação do Sínodo sobre Sinodalidade; Cristina Inogèz Sanz, da Comissão Metodológica do Sínodo e o Vigário Episcopal para o Clero e Formção, padre José Júlio Rocha.
O que é a sinodalidade e de que forma podemos viver a sinodalidade no quotidiano da nossa realidade diocesana foi a pergunta de partida para este último debate desta série, que já teve no horizonte o problema da indigência, dos sem abrigo cada vez mais jovens e as dependências de novas drogas, com efeitos ainda por avaliar de forma sistematizada, foram alguns dos temas em debate, num programa que foi para o ar no dia 1 de maio e está disponível no RTP Play.
“A Igreja vive um tempo desafiador, entre a percepção de que há muitos diagnósticos que levantam problemas concretos, alguns deles até fraturantes, e que a colocam em diálogo com o nosso mundo, mas depois fica a ideia de alguma incapacidade de relação com esse mundo” reflete-se numa nota enviada ao Igreja Açores pelo Instituto Católico de Cultura.
Nestes debates a sinodalidade como força motriz da Igreja, a partir da escuta e do diálogo, é o fio condutor de uma série que discutiu, ainda, a relação dos jovens com a Igreja depois da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa e a sinodalidade como modo de ser Igreja.
“Será que estamos todos em sintonia com este momento ou achamos que isto é para os teólogos? Compreendemos todos o desafio que nos é proposto? Ou seremos bons apenas no diagnóstico dos problemas e depois fugimos da sua solução? Estaremos todos confortavelmente indiferentes ou preguiçosos diante de um acontecimento que é em Roma e nada tem a ver connosco, com a nossa forma de ser Igreja nem com os nossos problemas concretos? Como comunidades sinodais estamos a fazer tudo em prol dos nossos próximos, sobretudo os que vivem na indigência e são os novos rostos vagueantes das cidades?” são questões levantadas nos três programas.
Em outubro passado realizou-se a primeira de duas Assembleias sobre o Sínodo, em Roma. Dela saíram uma Carta ao povo de Deus, subscrita pelos leigos participantes e o documento síntese que escalpeliza os temas debatidos pelos mais de 400 membros desta Assembleia entre cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos. Todos participaram e tiveram direito a voto, uma conquista que revelou, pela primeira vez, a igualdade entre todos a partir do seu batismo.
Estes documentos acabam de ser devolvidos às igrejas locais de forma a aprofundarem o processo, a discuti-lo e, mais importante que tudo, a aplicá-lo no quotidiano da sua vivência como cristãos.
O documento, que é uma espécie de caderno de encargos, contém 81 propostas, 20 das quais desafiam a Teologia, a pastoral e até o Direito Canónico.
Estamos em sínodo desde 2021 e na Diocese em caminhada sinodal desde 2019, se não quisermos voltar atrás, a 92, quando terminou o Congresso de leigos, último grande “aggiornamento” do clero e do laicado açoriano.
“Estamos formalmente instados a participar enviando um relatório para a Conferência Episcopal Portuguesa dando nota do estado deste Sínodo sobre sinodalidade nesta porção do território insular. Até porque, na diocese estamos igualmente convocados a Caminhar na Esperança- todos, todos, todos! Até 2034. Até 2025 teremos de perceber que Igreja queremos e que Igreja precisamos e, dentro daquilo que nos é pedido, como podemos ir correspondendo , sendo mais relevantes como Jesus foi no seu tempo”, refere a nota do Instituto Católico de Cultura.
O programa vai para o ar depois do Telejornal.