Solenidade da Virgem Santa Maria celebrada segunda-feira

Vila do Porto, em Santa Maria e Água de Pau, em São Miguel,  têm nesta solenidade a festa das suas padroeiras

A Solenidade da Assunção da Virgem Maria, celebrada em todo o mundo católico, tem particular relevo na diocese de Angra na ilha de Santa Maria, a primeira a ser descoberta e a única que tem como invocação a Mãe de Jesus por ter sido encontrada justamente nesse dia.

A festa, que  em Vila do Porto começou a 11 e termina a 16, tem a dimensão de ilha e tem como ponto alto a Missa solene, às 17h00, seguida de procissão pelas principais artérias de Vila do Porto.

Além destas iniciativas religiosas há todo um programa social e cultural associado às festividades, desde concertos, ao rallye de Santa Maria, passando por mercados de artesanato e de gastronomia.

Em São Miguel, as festas distribuem-se por vários concelhos com particular destaque para Lagoa e Ponta Delgada.

A Missa solene em honra de Nossa Senhora dos Anjos, em Água de Pau, tem lugar às 12h30 do dia 15 e será presidida pelo padre Nemésio Medeiros, pároco da Matriz de Ponta Delgada. Às 17h30 tem lugar a procissão e às 21h00 o sermão final com a consagração a Nossa Senhora. Participam 10 bandas filarmónicas e 19 andores. O de Nossa Senhora dos Anjos é o mais especial e a Imagem, uma vez mais irá recebendo as ofertas em dinheiro, atiradas em argolas, decoradas com flores, que são enfiadas no braço da escultura.

A festa termina no dia 17 e tem desde o inicio de agosto um programa recheado de eventos.

Ainda em São Miguel há, neste dia, mais duas festas em honra das padroeiras: na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, honra-se também Nossa Senhora dos Anjos, com missa e procissão e na Ajuda da Bretanha, também em Ponta Delgada, mas na Ouvidoria das Capelas, honra-se Nossa Senhora da Ajuda.

Também na ilha Terceira há três paróquias que esta segunda-feira acolhem a festa da padroeira: Nossa Senhora da Guadalupe, na Agualva; Nossa Senhora das Mercês na Feteira e Nossa Senhora do Pilar, nas Cinco Ribeiras. Também no Faial, a Praia do Almoxarife recebe a festa de Nossa Senhora da Graça. Nas Flores e no Corvo a Solenidade assume um cariz importante com a festa de Nossa Senhora dos Milagres.

A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de “Nascimento para o Céu” ou, segundo a tradição bizantina, de “Dormição”.

Em Roma, esta festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma.

No Credo Apostólico, professamos a nossa fé na “ressurreição da carne” e na “vida eterna”, fim e sentido último do caminho da vida terrena. Esta promessa de fé cumpriu-se em Maria, sinal de “consolo e esperança” (Prefácio). Trata-se de um privilégio de Maria, por ser intimamente ligado ao fato de ser Mãe de Jesus: visto que a morte e a corrupção do corpo humano são consequências do pecado, não era oportuno que a Virgem Maria – isenta de pecado – fosse implicada nesta lei humana. Daí o mistério da sua “Dormição” ou “Assunção ao céu”.

O facto de Maria ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós: “Já e ainda não”. Uma criatura de Deus, Maria, já está no Céu e, com ela e como ela, também nós, criaturas de Deus, estaremos um dia.

Assim, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor.

É interessante notar que a liturgia – através dos textos bíblicos, extraídos do livro do Apocalipse e de Lucas – nos leva não tanto a refletir sobre o canto do Magnificat, mas a rezar.

O Evangelho sugere ler o mistério de Maria à luz da sua oração, o Magnificat: o amor gratuito, que se estende de geração em geração; a predileção pelos simples e pobres encontra em Maria o melhor fruto: poderíamos dizer que é a sua obra-prima, um espelho no qual todo o Povo de Deus pode refletir seus próprios lineamentos.

A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a “alma”, mas também a “corporeidade” confirmam que “tudo era muito bom” (Gn 1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a “nossa carne” será elevada ao céu. Isto, porém, não quer dizer que somos isentos do nosso compromisso com a história; pelo contrário, é precisamente o nosso olhar, voltado para a Meta, o Céu, a nossa Pátria, que nos dá o impulso para nos comprometermos com a vida presente, nas pegadas do Magnificat: felizes pela misericórdia de Deus, atenciosos com todos nossos irmãos e irmãs, que encontramos ao longo do caminho, começando pelos mais fracos e frágeis.

Proclamação do Dogma

“Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus omnipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Pio XII, Munificentissimus Deus, 1º de novembro de 1950).

 

(Com Vatican News)

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