Sacerdote picoense, a servir na ouvidoria das Capelas, participou no colóquio “Olhar a Saúde: de Pessoas para Pessoas II- Humanizar no final da vida”
O Pe. Horácio Dutra participou esta manhã na primeira mesa redonda do Colóquio “Olhar a Saúde: de Pessoas para Pessoas II- Humanizar no final da vida” promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada, na Universidade dos Açores, e defendeu que a sociedade precisa de “humanizar mais” e partir “de um Eu solitário para um Eu solidário”.
O sacerdote, que até ao final do ano pastoral foi o ouvidor eclesiástico das Capelas, rejeitou a cultura da indiferença e apelou a uma humanização das relações entre as pessoas, tendo em conta a integralidade do seu humano, isto, as dimensões físicas, psicológicas e espirituais.
“Humanizar é o olhar o ser humano na sua totalidade” e “a espiritualidade é um desses campos não só porque o amor cura, mas porque o `cliente´ sente pela fé a libertação do seu sofrimento ansiando uma vida sem sofrimento”, disse o sacerdote que procurou sublinhar a importância de um cuidador atender a todas estas dimensões.
O Pe. Horácio Duatra, que ensina Educação Moral e Religiosa Católica nas Capelas, começou por invocar uma citação de Dalai Lama referindo-se à humanidade “como uma grande família”.
“Somos todos irmãos e irmãs: mental e emocionalmente. Mas ainda nos concentramos demasiadamente nas nossas diferenças em vez de nos concentrarmos nas nossas semelhanças. Mas no final, cada um de nós nasceu da mesma maneira e morrerá da mesma maneira”, disse o sacerdote citando o líder tibetano, prémio Nobel da paz.
O ex responsável pela ouvidoria das Capelas destacou a importância da humanização dos cuidados de saúde, procurando colocar “a dignidade acima da sobrevivência”. Por isso, o sacerdote identifica alguns procedimentos que devem ser tidos em conta para que quem trata possa igualmente devolver a dignidade a cada paciente fragilizado.
Neste capítulo, o Pe. Horácio Dutra identifica 10 competências que um profissional e saúde deve possuir. Desde logo empatia, compreensão, imparcialidade, capacidade de respeitar a diferença, aceitar o outro e compreende-lo, entre outros. A este propósito o sacerdote lembrou ainda as obras de misericórdia.
A mesa redonda, que inaugurou o colóquio contou ainda com a presença de uma médica, uma enfermeira e uma voluntária do Hospital do Divino Espirito Santo.