Movimento está enfraquecido na Região e procura novas lideranças
Recuperar a importância das atividades rurais e valoriza-las junto de quem as pratica é uma necessidade urgente da sociedade alerta o Padre Silvino Amaral no dia em que se celebra o 1º de Maio.
“Nestes meios rurais em que a atividade agrícola sempre foi dominante mas onde nunca houve uma verdadeira consciência do valor real do trabalho, as questões laborais nunca se colocaram com o nível reivindicativo das grandes cidades onde havia operários e onde as lutas foram duradoiras”, disse ao Igreja Açores o sacerdote que esteve sempre ligado à Ação Católica e ainda hoje assiste os três núcleos ativos da Ação Católica na diocese de Angra, na ilha de São Miguel, a saber Ribeira Quente, Ribeira das Tainhas e Rabo de Peixe. Na ilha Terceira o movimento também está ativo na paróquia de Santa Bárbara. Aliás é na Ribeira Quente, em São Miguel e em Santa Bárbara na ilha Terceira, que a Ação Católica tem uma dimensão social “muito grande” seja ao nível da ajuda aos mais desfavorecidos, seja na liderança de algumas reivindicações em prol do bem comum.
A Ação Católica quando surgiu “quase que foi proibida em Portugal” refere o sacerdote lembrando que na diocese de Angra, apesar dos esforços, só com o bispo D. Aurélio Granada Escudeiro ganhou alguma importância.
“Foi difícil a expansão; o próprio clero resistiu muito a este movimento”, acrescenta.
O Movimento da Ação Católica chegou a Portugal em 1936 e sofreu a sua grande crise nos anos 60, com a emigração e a guerra colonial “que deu cabo de muitos núcleos”, que entretanto foram “refeitos”.
Atualmente a Ação Católica está presente em 16 dioceses, conta com 1650 membros (de acordo com o sitio da internet). No continente, os núcleos mais fortes são os do Norte e centro do país, com particular destaque para Viseu, Braga e Viana do Castelo. Em Lisboa, o Movimento possui “uma dinâmica própria” e é particularmente ativo da área Oeste.
A Ação Católica é um movimento formado e dirigido por leigos, criado em 1922 pelo Papa Pio XI e que chega a Portugal em 1933. Obedece às caraterísticas gerais da Ação Católica e dedica-se de forma organizada à evangelização e promoção do meio rural, sendo estas ações fruto do método de Revisão de Vida (ver, julgar, agir).
A Ação Católica é hoje um movimento que congrega, nas equipas de base paroquial, equipas diocesanas e a nível nacional, homens e mulheres que caminham apostolicamente em conjunto, tendo-se iniciado, muitos deles, nos Movimentos Juvenis Agrários (JAC/JACF), que foram a sua escola de vida e de apostolado.
Este fim de semana, durante a celebração do 150º aniversário do Movimento em Itália, o Papa agradeceu à Ação Católica “a sua paixão pelos pobres” e pediu compromisso político aos leigos.
“Ninguém pode sentir-se dispensado da preocupação com os pobres e a justiça social”, defendeu, no final de uma celebração de várias horas na Praça de São Pedro, iniciada ao início da manhã.
Francisco declarou que os membros da Ação Católica devem sentir a “responsabilidade” de participar na vida social, com um “compromisso político”, solidário e cultural.
“Mas, por favor na grande política, na política com maiúscula”, pediu.
O Papa realçou ainda que a Ação Católica se tornou, em vários países e ao longo das últimas décadas, “um caminho de fé para muitas gerações, vocação à santidade para muitíssimas pessoas, crianças, jovens e adultos”.
Francisco elogiou a “bonita e importante” história desta associação, com homens e mulheres “de todas as condições”, e pediu que a Ação Católica esteja “sempre” inserida na vida das dioceses e das paróquias, sem olhar para trás ou ficando “no sofá”, em vez de seguir em frente.
“Convido-vos a levar por diante a vossa experiência apostólica radicados na paróquia, que não é uma estrutura caduca, perceberam bem?”, disse aos presentes.