“Só Cristo é capaz de dar de comer a todos. O Mundo precisa de se humanizar”- D. Armando Esteves Domingues

Bispo de Angra preside à missa de encerramento do ACANUC de São Miguel e desafia jovens a fazer do seu dia a dia uma “experiência de fraternidade”

O Bispo de Angra presidiu esta noite ao Fogo de Conselho, integrado na celebração da Eucaristia, que encerrou o primeiro ACANUC em São Miguel depois de 8 anos de interregno devido à pandemia e à jornada Mundial da Juventude e desafiou os cerca de 900 escuteiros a levar para a vida concreta a experiência da partilha e da fraternidade.

“Só Cristo é capaz de dar de comer a todos” salientou D. Armando Esteves Domingues, mas “Jesus não faz milagres sem nós”.

“Vocês têm alegria, afecto, vontade de servir, amizade, amor pela natureza. Acreditem nisso, caros escuteiros. Partilhem o que têm e podem dar, porque onde há muita partilha e o pouco se partilha por todos chega para todos”, disse o prelado diocesano a partir da liturgia proclamada, que relata o milagre da partilha de cinco pães e dois peixes por uma multidão imensa.

“Nunca poderá haver um dia na vossa vida em que não haja uma boa ação. Aquilo que a natureza nos dá, muito ou pouco, tem de dar para todos, desde que saibamos partilhar” sublinhou o bispo de Angra.

“O mundo precisa de se humanizar e o que temos,  temos de saber partilhar para que chegue a todos”, frisou ainda lembrando que isso só se consegue fazendo esta “verdadeira experiência da partilha, da fraternidade, espírito de equipa, de bando, da patrulhar;  conhecermo-nos e aprendermos uns com os outros”.

Nesta concelebração, em que estiveram presentes também os assistentes da Junta de Núcleo de São Miguel, padre Norberto Brum, e o assistente do Agrupamento 436 de Vila Franca do Campo, padre José Borges, foi ainda deixado um apelo aos chefes escuteiros para que continuem a investir na educação da juventude e a fomentar esta fraternidade.

“A vossa pedagogia é essencial para a nossa juventude” referiu o bispo de Angra.

Este ACANUC teve como lema “Gardiões do planeta” e os campos dos vários grupos- Lobitos, pioneiros, exploradores, Caminheiros e Chefes- estavam organizados por temas alusivos ao cuidado da casa comum.

Padre, fale-nos de Jesus…

“Este tempo não foi só divertimento, nem de atividades foi sobretudo um momento de interiorizarmos uma mensagem que é  a de pertencermos  a uma mesma casa comum da qual temos de cuidar” afirmou ao Igreja Açores o padre Norberto Brum que esteve no acampamento desde o primeiro dia.

“As meditações a partir dos discursos e das mensagens do Papa; as  histórias com a rádio e o jornal de campo a refletir sobre a palavra de Deus e as palavras do Papa… tudo ajudou a criar um ambiente festivo mas também de fé” disse o sacerdote.

“Tivemos muitos momentos de oração e adoração eucarística, com os jovens muito entusiasmados . Foi um verdadeiro momento de graça. A Igreja de São Miguel pode estar contente com esta juventude, esta massa humana que está a trabalhar” referiu ainda, deixando uma palavra de apreço aos chefes, pessoas “que abdicam de uma semana das suas férias para esta aqui. Isto é a Igreja viva, a Igreja revitalizada, ao serviço”.

“É a nossa grande esperança. Aqui está a esperança, sem dúvida” acrescentou, por seu lado, o padre José Borges, destacando o número de pessoas que é tocada por esta alegria da partilha e da freternidade.

“Estes jovens regressam às suas famílias e levam também esta esperança”, disse.

Para os chefes Paulo Mota, da Junta de Núcleo de São Miguel e Cláudio Borges, do agrupamento da Vila que funcionou como anfitreão, a experiência “não poderia ter corrido melhor”.

“Quando regressarem em setembro estou certo de que trarão mais amigos para os escuteiros e esta a nossa principal preocupação. Fizemos imensas actividades, jogos, tivemos momentos de reflexão, oração e partilha, muitas atividades físicas, e os miúdos estão felizes”, referiu Paulo Mota

“Eles estão a delirar, sobretudo os mais pequenos que vivem momentos únicos de contacto com a natureza, mas também de contacto uns com os outros”.

O próximo grande encontro será o Jamboree, daqui a dois anos e a organização deste ACANUC já “foi um bom ensaio” disse, por sua vez, Cláudio Borges.

“É muito trabalho mas estamos todos felizes. Estamos em paz e julgo que é um sentimento que todos temos: estamos próximos uns dos outros, da natureza e de algo superior a nós”.

Em setembro será definido o lugar do próximo grande encontro envolvendo os escuteiros de toda a ilha, para festejarem São Jorge, o seu patrono.

Neste acampamento estiveram presentes 25 dos 29 agrupamentos da ilha de São Miguel, entre 23 e 29 de julho, em Água D´Alto.

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