Sacerdote é o pregador da Novena preparatória da Solenidade da Imaculada Conceição no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que está a chegar ao fim
É a última festa dos santuários diocesanos, que encerra o ciclo dedicado ao ano da oração e que tem por mote a passagem do Evangelho de Lucas “Senhor, ensina-nos a orar”. Durante a novena preparatória da Festa do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que terá como ponto alto o próximo domingo, dia 8, com várias celebrações, o padre Nelson Pereira refletiu sobre a importância da oração na vida cristã e esta quinta-feira, a partir da liturgia, apresentou a oração como o corolário da escuta da Palavra de Deus.
“A vida de um cristão assenta na escuta e na centralidade da Palavra de Deus que convoca a uma ação que é a oração” começou por afirmar o sacerdote que é o pregador da novena.
“A oração é o que permite estabelecer um diálogo concreto com o Senhor, um diálogo próximo e sincero” disse desafiando os fiéis a não usarem a oração numa “atitude mercantilista” apenas quando necessitam de algo ou passam por uma situação menos boa.
“A oração muda as pessoas e não as coisas; quem muda as coisas são as pessoas, através da sua conversão” esclareceu lembrando que é através da oração que nos aproximamos de Cristo.
“A oração amolece o coração” disse, ainda, destacando que “um verdadeiro cristão é aquele que faz da sua vida uma oração permanente, um alimento diário”.
“Um cristão que não reze, que não faz da sua vida oração é um cristão de fantochada” concluiu, depois de em jeito de prece pedir ao Senhor que “ensine a rezar” e a fazer da Sua Palavra o alicerce da vida quotidiana.
A Festa de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais importantes de Angra, reunindo ao longo da novena e depois no dia da Festa no Santuário centenas de fiéis.
“Para se poder viver a virtude da esperança é muito importante descobrir e potenciar essa interioridade da vida interior espiritual e os santuários têm uma característica fundamental que passa pela promoção da espiritualidade; fazer com que as pessoas vivam uma dimensão especial da sua fé marcada pelo encontro” referiu o cónego Ricardo Henriques, reitor do Santuário, em declarações ao Sítio Igreja Açores, pedindo às pessoas, sobretudo às famílias, para participarem na novena. Este ano, todos os dias tem havido um grupo paroquial responsável pela oração do Terço cujo guião foi preparado pelo pároco com alguns elementos do conselho Pastoral da Paróquia, tendo por motivação as “sete dores de Nossa Senhora”.
Reconstruída em 1533 sobre a antiga ermida de Nossa Senhora da Conceição, edificada nos primórdios do povoamento, esta Igreja é uma das igrejas do coração da cidade de Angra.
De feição já renascentista e maneirista saliente-se o altar-mor, de estilo barroco português, e o altar do Santíssimo, onde se percebe o gosto oriental.
É uma igreja que apresenta linhas sóbrias e harmoniosas, pertencendo à Zona Classificada de Angra do Heroísmo e sendo considerada Imóvel de Interesse Público.
Nas paredes laterais existem os painéis de um altar móvel, historiando passagens do Antigo Testamento (mestre da Sé de Angra – c. 1600). O órgão histórico de tubos é de Machado Cerveira (1815).
O dia da festa ficará marcado por sete celebrações eucarísticas. A primeira ocorre às 8h00 da manhã, seguindo-se a das 9h00, com os bombeiros Voluntários de Angra e depois a Missa do Povo às 10h30 com três batismos. Às 12h00, os escuteiros farão as suas promessas e às 14h00, a missa será animada pelos Movimentos Cursilhos de Cristandade e da Mensagem de Fátima. Às 19h00 a Confraria de Nossa Senhora da Conceição renovará os seus votos e abrir-se-á a mais 6 membros.
A Solenidade da Imaculada Conceição é celebrada, com particular destaque por cinco paróquias cuja invocação é a de Nossa Senhora da Conceição: Ribeira Grande e freguesias dos Mosteiros e Lomba da Fazenda, em São Miguel; Santa Cruz das Flores e Angra do Heroísmo.
A primeira celebração do culto da Imaculada Conceição decorreu no dia 8 de dezembro de 1320, em Coimbra, e consagrou-se com a coroação da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.