Por Monsenhor José Medeiros Constância
O post-Concílio nos Açores no início da década de noventa, teve dois grandes acontecimentos – sinais que o marcaram: O Congresso Diocesano de Leigos e o Plano de Ação Pastoral.
A descoberta da Igreja-Povo (laos) foi uma vivência forte com a celebração do Congresso Diocesano de Leigos que teve em toda a nossa Igreja Local uma preparação de três anos que incluiu, a que se fez também, para a visita do Papa João Paulo II aos Açores (1991).
O Congresso Diocesano de Leigos realizou-se em Angra, em 1992, numa grande assembleia que encheu a Igreja do Colégio, sede da sua realização, com trezentas pessoas quase todos Leigos, vindos de todas as paróquias dos Açores. Nesta assembleia de três dias, em que houve trabalhos de fundo sobre a Família, Paróquia e a Presença dos Leigos no mundo, aconteceram momentos de diálogo, debate e de experiência de comunhão forte. O Congresso que mobilizou a Diocese no pré-congresso, no congresso e no post-congresso terminou com a elaboração de várias conclusões que foram publicadas.
No ano de 1993, o Conselho Presbiteral foi original, pois teve a presença de vários leigos. Nesta assembleia, procurou-se discernir as grandes linhas do Congresso nas conclusões, as quais acentuavam – a necessidade de um plano de ação pastoral e de um trabalho intenso em dois sectores e áreas : Juventude e Família.
O Plano foi elaborado e aprovado pelo nosso Bispo de então, D. Aurélio Granada Escudeiro na Festa do Corpo de Deus de 1994. A partir daí, foi difundido por toda a Diocese com Assembleias Pastorais realizadas em todas as Ouvidorias.
Depois de conhecido o Plano por todos os Agentes Pastorais, foram também realizados Cursos de animação pastoral para os que trabalhavam nas áreas da Juventude e da Família em todas a Ilhas.
Iniciava-se, pois, em 96/97 a publicação do primeiro programa anual de Pastoral para a Diocese, o que aconteceu até metade da década de dois mil, onde em vez dos programas, se iniciou a publicação das Orientações Pastorais Diocesanas, de uma maneira geral, para terem concretizações específicas em todas as ilhas e nas diferentes Ouvidorias.
Com a vinda de D. António de Sousa Braga, e em Janeiro de 1997, realizou-se uma importante e especial Assembleia do Conselho Presbiteral, onde se precisou a orientação pastoral assente em quatro pontos: Corresponsabilidade a partir das bases (sobretudo com os Conselhos Pastorais a vários níveis); Formação para todos (Leigos, Religiosos(as) e Padres); Pastoral Orgânica (nas ouvidorias etc.) e Plano de Pastoral concretizado nos programas e depois nas orientações pastorais diocesanas anuais.
E assim, passamos a década de 2000 e 2010 numa caminhada com instâncias que eram já de estilo sinodal.
Se há diocesanos que pararam no Congresso de Leigos como se mais nada na Diocese tivesse havido depois; também é verdade que muitas Comunidades e Agentes de Pastoral percorreram os últimos vinte anos numa Caminhada de consolidação eclesial a vários níveis.
E assim, chegamos, com muitos outros acontecimentos post-Conciliares, que aqui não aduzimos, à chamada Caminhada Sinodal que teve início em Setembro de 2019.