O Papa disse hoje no Vaticano que o verão deve ser uma oportunidade de “parar, calar, rezar”, alertando para o perigo de “passar da correria do trabalho para a das férias”.
“Tenhamos cuidado com o eficientismo, paremos a corrida frenética ditada pelas nossas agendas. Aprendamos a parar, a desligar o telemóvel, a contemplar a natureza, a regenerar-nos no diálogo com Deus”, apelou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
De regresso ao Palácio Apostólico, após a intervenção cirúrgica ao cólon de 4 de julho, que obrigou a um internamento de 10 dias, Francisco sublinhou a importância do descanso, que Jesus recomendou aos seus próprios discípulos, para combater o “cansaço físico e interior”.
“Ele quer alertá-los de um perigo, que sempre está à espreita, também para nós: deixar-se cair no frenesim do fazer, cair na armadilha do ativismo, onde o mais importante são os resultados que obtemos e sentir-se protagonistas absolutos”, apontou.
O Papa recomendou um descanso que chegue ao “coração”.
“Não basta ‘desligar’, é preciso descansar de verdade”, afirmou.
Francisco sustentou que, a partir deste “coração sem pressa”, é possível viver com atenção aos outros, às suas feridas e necessidades.
“A compaixão nasce da contemplação”, indicou.
O Papa lamentou que muitos vivam numa atitude “voraz de quem quer possuir e consumir tudo”.
“Precisamos de uma ‘ecologia do coração’, feita de descanso, contemplação e compaixão. Vamos aproveitar o tempo verão para isso! Ajuda-nos muito”, concluiu.
(Com Ecclesia)