Comissão episcopal de liturgia e espiritualidade promove encontro com as dioceses portuguesas
O Diretor do Serviço Diocesano de Liturgia, Pe Marco Luciano, acaba de participar no encontro promovido pela Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, que decorreu ontem em Fátima reunindo todos os secretariados diocesanos com vista à formação e agilização de orientações comuns para a pastoral litúrgica.
Na reunião, em que participaram quatro bispos, abordou-se a aplicação da reforma do Concílio Vaticano II naqueles que são os aspetos liturgicos, “que está genericamente concluída em Portugal” mas defendeu-se uma “melhor concretização de outros” como por exemplo a tradução da Bíblia e a tradução da 3ª edição típica do Missal Romano, atendendo sempre à necessidade de se encontrarem respostas para “aspetos concretos da pastoral litúrgica”.
Um deles prende-se com os cânticos, nomeadamente os destinados ás celebrações do sacramento do matrimónio que devem ser “adequados”.
“Este é um aspeto que nos preocupa muito porque é talvez um dos aspetos mais mal tratados, com programas desadequados no que respeita à seleção musical, que em muitos casos nada tem a ver com a liturgia ou sequer com a Bíblia” diz o diretor diocesano da pastoral litúrgica na diocese de Angra.
”Todos estão de acordo que é preciso acautelar músicas inapropriadas; práticas excêntricas dos noivos, que são impostas aos sacerdotes ou a adoção de ritos que nada têm a ver com a celebração deste sacramento”, precisa ainda o sacerdote.
“Nós (na diocese de Angra) felizmente ainda não temos esses problemas de forma tão acentuada e até temos recomendações diocesanas da Comissão Sacra sobre que músicas usar em cada celebração”, acrescentou o responsável diocesano lembrando que “é necessário que sejam os prelados a tomar decisões que enquadrem depois a atuação dos padres que nem sempre conseguem convencer os noivos do que está bem e do que está mal”.
Nos Açores as situações ainda “não são tão extremas” e há já uma preocupação “generalizada em respeitar a liturgia”.
O Serviço Diocesano está a desenvolver um plano especifico delineado para cinco anos, marcado pela distribuição temática anual, “para tocar todos os aspetos da liturgia”.
No primeiro ano foi incrementada a pastoral dos acólitos, com formação direcionada; depois os leitores; os Grupos corais e este ano os Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC). De resto, começa hoje uma formação especifica para os MEC, que passará por quatro ilhas- São Miguel, Terceira, Pico e Faial- e orientada pelo Diretor do Serviço Nacional de Acólitos, centrada na misericórdia. De acordo com o responsável, no próximo ano, apostar-se-á das equipas de ornamentação, “que também são importantes” e assim “abrangemos cincos dos sectores da pastoral litúrgica procurando aprofundar o desempenho de todos quantos nela estão envolvidos”, disse ainda.
O Pe Marco Luciano, destaca por outro lado, o esforço de descentralização que este serviço “e outros” têm feito na diocese de Angra, mesmo atendendo à geografia e aos condicionamentos financeiros, sublinhando “ o entusiasmo e a criatividade” para levar por diante a pastoral, tendo em conta as especificidades de cada ouvidoria.