Serviço diocesano da catequese desafia catequistas a retomarem atividade e apresenta seis propostas às paróquias para este tempo de pandemia

Diretor pede uma “nova capacidade” de resposta “diante dos desafios” que são colocados pela atual situação

Acompanhar o ritmo e os recursos colocados pela escola, aplicando-os à catequese e envolver as famílias são duas das linhas mestras das seis propostas que o Serviço Diocesano da Catequese enviou a todas as paróquias para que seja retomada a catequese da infância e da adolescência neste tempo de pandemia.

Uma das propostas, sobretudo para as paróquias onde existam mais problemas, é acompanhar já a partir de amanhã, e sempre às quartas-feira, às 14h00 (hora local dos Açores) a emissão da RTP 2, nomeadamente o programa “Catequese em nossa Casa” que resulta de uma parceria do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Sector da Catequese de Lisboa e Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, através da Ecclesia.

O guião destas catequeses fica disponível no site do Secretariado Nacional, no seguinte endereço e seccção: http://www.educris.com/v3/centrorecursos/#qualquer/catequese-em-nossa-casa/recursos-covid-19/1

As sessões de catequese foram suspensas no passado dia 16 de março, altura em que a Igreja decidiu suspender todas as actividades celebrativas comunitárias, como as missas, a catequese e as reuniões dos movimentos, mas agora com o retomar das aulas no terceiro período, os responsáveis querem aproveitar os recursos disponibilizados pela escola, para garantir as aulas à distãncia, e utilizá-los também na catequese.

O diretor do Serviço diocesano, padre Jacob Vasconcelos lembra que os tempos são exigentes mas as crianças também não podem ficar privadas deste contacto semanal com a Palavra de Deus e pede “uma nova capacidade de resposta diante dos desafios que agora emergem”, numa carta enviada a todas as paróquias.

“Nas últimas semanas, diversos sacerdotes da nossa Diocese fizeram chegar ao nosso Serviço Diocesano a sua preocupação com a catequese no terceiro período, uma vez que não se prevê, pelo menos para já, o retorno às actividades pastorais nos moldes habituais. Pediram-nos também algumas propostas”, afirma o sacerdote que apresenta seis propostas concretas.

“Numa lógica de sinodalidade, esquematizei as propostas que nos foram chegando e elaborei algumas de raiz, enviando-as para consulta e aperfeiçoamento a todos os responsáveis da Catequese em cada Ilha” sublinha o padre Jacob Vasconcelos, que não esconde a sua preocupação com as diferentes realidades diocesanas que dificilmente permitirão que todos possam andar  e corresponder no mesmo ritmo.

“Bem sei que há paróquias, catequistas e catequizandos com maiores possibilidades de acesso aos meios digitais do que outros. É por isso que as propostas são abrangentes e não pretendem, de modo nenhum, ser exaustivas” refere o responsável.

“ Cada paróquia pode encontrar outras soluções louváveis. Importa que não se perca o contacto com os catequizandos nem se crie uma sensação de “abandono” nestes tempos que devem ser de presença, ainda que por outras vias que não o contacto presencial”, diz ainda.

Para a infância, o Serviço propõe que o catequista prepare semanalmente a sessão de catequese e a envie aos pais, via internet ou outra similar, com um resumo da sessão, devidamente adaptada, destacando “a Experiência humana, a Palavra (explicada) e a Expressão da fé/compromisso, de forma a que os pais possam trabalhar essa sessão de catequese com os filhos, num estilo de catequese familiar.”

Para a catequese da adolescência, sublinha-se que o catequista siga o mesmo esquema, mas em vez do material preparado ser enviado aos pais deverá ser enviado diretamente para os catequizandos.

Para além disso, o Serviço diocesano da catequese sugere a possibilidade de se fazer “catequese virtual” recorrendo às novas tecnologias.

“Hoje, como é possível para muitos fazer conversas de grupo via Skype, WhatsApp ou outros meios similares, devem explorar-se estas possibilidades”, seguindo um pouco o que já se faz noutras dioceses do país, juntando todos na mesma conversa virtual, na qual dialogam, cantam e rezam juntos. Nada impede também que o catequista, durante a semana, vá entrando em contacto com os catequizandos, partilhe com eles textos, vídeos ou mensagens de reflexão apropriadas a cada tempo, acrescenta ainda o documento enviado a todas as paróquias, referem ainda os responsáveis.

No caso de serem enviados materiais para serem trabalhados, tanto na catequese da infância como na catequese da adolescência,  o ideal seria “pedir aos pais das crianças ou aos próprios adolescentes que enviassem uma ressonância ao catequista( Desenho, pensamento, partilha de uma ideia/passagem que os tocou, compromisso realizado ou a realizar, etc)”, refere o documento.

Na ausência de acesso a alguns meios digitais (Computador, internet, etc), surge uma segunda proposta de partilha para “não perder o contacto com os catequizandos, fortalecer laços e lançar propostas de reflexão e acção”.

”Há locais onde os catequistas enviam uma mensagem com uma passagem Bíblica, sugerem um desafio, partilham uma reflexão relativa ao dia ou tempo litúrgico que se está a viver”, destaca o Serviço.

A terceira proposta prende-se mais com uma visita regular ao que o Secretariado Nacional vai fazendo e partilhando e assim, a catequese local ir aproveitando os recursos deixados no portal da Educris.

E, porque a catequese deve ser acompanhada pela família, o Serviço, na proposta quatro deixa um interpelação direta a esta Igreja doméstica: promover momentos de oração em conjunto a partir de subsídios digitais como o “Passo a rezar” (https://www.passo-a-rezar.net/) ou enviando alguma proposta de texto bíblico para ser lido e meditado em família.

Finalmente, as paróquias que já estejam a seguir o modelo da Catequese Familiar de acordo com os materiais existentes devem aproveitar este tempo para reforçar a sua oportunidade e importância.

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