Pe. Jacob Vasconcelos presidiu às festas de Nossa Senhora de Lourdes e presta homenagem aos baleeiros
A festa de Nossa Senhora de Lourdes, uma das mais importantes das ilhas do triângulo durante o verão, teve hoje o seu momento alto com o tradicional Sermão da Pesqueira, durante o qual os picoenses foram desafiados a imitar Maria na sua disponibilidade, entrega e amor a Deus.
O Pe. Jacob Vasconcelos referiu-se a Nossa Senhora como “modelo e amparo da nossa fé” e incentivou os presentes a aproveitar este momento de oração e devoção Mariana para se aproximarem de Jesus através da sua Mãe.
“Esta é uma grande tarde, um grande dia na nossa fé, que se pode tornar um marco inesquecível se agarramos a sério os apelos da nossa Mãe do Céu”, disse o sacerdote, um dos mais jovens da diocese de Angra e que lidera o Serviço diocesano para a Evangelização, Catequese e Missão, lembrando que o sim de Maria deve ser um exemplo para todos e o seu coração materno o caminho que nos conduz até Deus.
“Qualquer um de nós sabe o valor que têm os conselhos maternos, mesmo que à partida não consigamos vislumbrar a sua utilidade. Se as nossas mães da terra nos querem bem…Quanto bem não nos há de querer a Mãe do Céu!” interpelou.
“Não deixemos perder estes apelos que muito nos poderão servir e que poderão ser a chave para a felicidade que todos ansiamos” disse ainda lembrando que por maior que sejam os problemas Deus nunca nos abandona.
“Tantas propostas que Deus nos faz, tantos caminhos de felicidade que nos propõe…E nós, continuamente, andamos a “fintar” o nosso Deus, escolhendo becos sem saída que nunca nos trazem a felicidade. Somos orgulhosos e seguros de nós mesmos. Estamos convencidos de termos tudo programado e definido”, disse.
“Tanto bem que pode ser feito por nosso intermédio e que, por instalação ou comodismo, deixamos de fazer! O grande problema do mundo não é somente o mal que os maus fazem. É também o bem que os bons deixam de fazer!” disse ainda.
Por isso, desafiou os picoenses a questionarem-se: “Onde entra Deus nos nossos projetos” interpelou o Pe. Jacob Vasconcelos que presidiu a estas festas que terminam amanhã.
O sacerdote aproveitou este momento simbólico, junto ao porto, para homenagear a faina da baleação, lembrando os homens do mar e a confiança que eles tinham na oração à Mãe do Céu.
“Há 135 anos, também os lajenses, em hora de aflição, na faina baleeira, quando homens valentes arriscavam a vida para colocar o pão na boca dos seus, souberam invocar a Senhora de Lurdes, que lhes valeu em hora de tempestade. Hoje já não vamos ao mar na faina baleeira mas talvez nunca houveram tantas tempestades, não só na terra e no mar mas no nosso interior” afirmou o sacerdote.
Destacando que a oração “amolece” o coração e é caminho para a santificação, o Pe. Jacob Vasconcelos sublinhou a importância da oração sobretudo quando “o nosso coração parece afogar-se neste turbilhão tão confuso e desorientado de emoções, ideias e guerras interiores que nos deixam sem norte”.
Depois do sermão, a procissão prosseguiu até à igreja pelas principais ruas desta vila baleeira.
Durante a festa realizou-se também a Semana dos Baleeiros com diversas atividades recreativas, culturais e desportivas.
A Festa de Nossa Senhora de Lourdes é a mais importante do concelho das Lajes, do ponto de vista religioso, e uma das mais antigas dos Açores. Termina no dia 27.