Candidatos ao sacerdócio vão estudar para o Porto mas o Seminário de Angra não encerra

Foto: Igreja Açores/EM

Candidatos ao sacerdócio da diocese de Angra continuam a ser acompanhados pelo Seminário Episcopal e têm de fazer ano pastoral e de estágio na diocese

A partir do próximo ano letivo duas das três etapas formativas dos candidatos ao sacerdócio na diocese de Angra serão completadas no Porto, no Seminário e na Faculdade de Teologia da Universidade Católica do Porto, para onde quatro dos cinco alunos do Seminário de Angra se deslocarão, ficando apenas um aluno no Seminário a completar o ano pastoral, por opção.

“O seminário de Angra não acaba, pelo contrário, vive um momento em que procura de uma forma mais capacitada acompanhar todos os candidatos de todas as idades que queiram fazer estudos teológicos e serem sacerdotes na diocese”, assegurou D. Armando Esteves Domingues, numa conferência de imprensa realizada em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

O bispo de Angra reagiu desta forma a uma informação da Diocese do Porto, que revelou hoje no seu ‘site’ que “já a partir do próximo ano académico de 2024/25, os primeiros alunos de Angra do Heroísmo passarão a realizar o seu processo formativo no Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição e a frequentar as aulas da Faculdade de Teologia”.

Nas declarações aos jornalistas, o prelado insular disse que se trata de “um processo que dura há mais de 30 anos”, quando D.Aurélio Granada Escudeiro, antigo bispo de Angra, “na década de 90, estudava a hipótese de os estudos serem feitos na Universidade Católica”.

Dois dos cinco alunos irão frequentar o ano zero, ou ano propedêutico, e os outros dois frequentarão o curso de Teologia nos anos respetivos, prosseguindo os seus estudos académicos e poderão obter o título académico de licenciatura e mestrado. Todos eles deverão regressar à diocese para fazer o ano pastoral e o ano de estágio antes de serem ordenados diáconos e sacerdotes.

No Porto serão acompanhados pela equipa formadora do Seminário, que assegurará a formação e acompanhamento humano e espiritual, promovendo o caminho de discernimento espiritual e vocacional destes candidatos ao sacerdócio que não perderão o vínculo com a diocese.

“Durante muitos anos tentou-se uma ligação à Universidade Católica  que nunca foi conseguida e agora, com uma reflexão que foi feita pelos sacerdotes com as comunidades, atendendo ao contexto do baixo número de vocações, o Conselho Presbiteral decidiu que o melhor para os jovens seminaristas era completar a sua formação numa comunidade maior, dando-lhes também a possibilidade de desenvolver a componente cientifica”, explicou ainda o prelado diocesano.

“Durante três dias foi o tema único do Conselho Presbiteral”, enfatizou ainda o bispo de Angra.

“As votações decidiram que os candidatos ao sacerdócio fossem encaminhados para uma universidade para completar estudos civis e canónicos e serem acolhidos numa estrutura de seminário, como já aconteceu noutras dioceses” explicitou ainda lembrando que desde essa altura a equipa formadora- dois sacerdotes e três leigos- , que hoje esteve presente na conferência de imprensa, foi mandatada para encetar contactos com o Seminário do Porto e com os jovens e respetivas famílias.

“O Seminário não se resume nem se esgota na formação teológica dos jovens. Há a formação continua dos sacerdotes e a dos leigos”, disse ainda D. Armando Esteves Domingues, deixando uma palavra de agradecimento e esperança.

“Para os jovens e suas famílias quero deixar uma palavra amiga: sintam-se protagonistas da história da Diocese. Estamos todos a tentar fazer o melhor por todos”.

O Bispo deixou, ainda, a garantia de que o Seminário continuará a acompanhar todos os jovens candidatos ao pré-seminário e, quando houver um número de candidatos considerado razoável e suficiente para formar uma comunidade dentro dos números apontados pelo Vaticano para funcionar ,  “avançaremos”.

“O seminário continuará a assegurar a formação dos padres e leigos. A esperança é que o sacrifício do momento presente trará esperança e frutos no futuro”.

Agora, os alunos que irão para o Porto, aguardarão a finalização do processo de reconhecimento de equivalências e prosseguirão os seus estudos.

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