Segunda-feira o Seminário abre portas; as aulas começam no dia 18
O Seminário Episcopal de Angra vai iniciar um novo ano letivo com mais quatro alunos, dois de São Miguel, um da Terceira e outro de São Jorge. O jovem do Topo, na ilha de São Jorge, vai frequentar o ensino secundário regular e iniciar o seu discernimento numa espécie de pré-seminário mas já integrado na comunidade educativa, que passa assim a ser composta por 24 seminaristas, para além da equipa formadora que se mantém.
São Miguel continuará a ser a ilha mais representada na Casa; mas agora existem também seminaristas das ilhas das Flores, do Pico, do Faial, da Terceira e de São Jorge.
Este será um ano letivo marcante para a instituição que tem seis alunos no sexto ano do Seminário, todos de São Miguel, e que poderão ser ordenados no final do ano letivo, estando prevista a sua ordenação diaconal já em dezembro.
É a primeira vez depois do ano jubilar de 2000 que o Seminário se prepara para ordenar um número tão elevado de sacerdotes em simultâneo. Na altura foram ordenados 10 seminaristas, três deles irmãos.
“Nos dias de hoje, uma diocese tão pequena ter este ano seis e no próximo quatro seminaristas para serem ordenados, é uma felicidade” disse ao Igreja Açores o reitor, Pe. Hélder Miranda Alexandre.
“Serão 10 novos sacerdotes. Julgo que haverá poucas dioceses excluindo Lisboa, Porto ou Braga que possam ter esta felicidade” esclarece lembrando, no entanto, que há dificuldades e que mais importante do que a quantidade é a qualidade dos seminaristas. Por isso, a aposta na formação “e no acompanhamento individualizado e próximo de cada um é absolutamente fundamental”.
“O mais importante é a formação no seu todo e que todos façam o seu caminho com muita liberdade, e sobretudo, muita consciência do que é ser padre e do caminho que estão a trilhar” reforça o sacerdote, que é reitor há nove anos.
O Pe. Hélder Miranda Alexandre, também ele sacerdote formado na casa e doutorado em Direito Canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, recorda que hoje esta dimensão espiritual e cultural é muito importante na vida de um sacerdote, sobretudo se atendermos ao facto das comunidades serem cada vez mais exigentes.
Relativamente aos jovens que integram o Seminário, o reitor refere que “são filhos do seu tempo, alegres, generosos, com tendência para as redes sociais. Na sua maioria enquadram-se bem nos grupos de jovens, e como filhos do seu tempo, serão padres à sua maneira” refere, reconhecendo no entanto que são jovens “inteligentes que puxam muito por nós”.
“É preciso trabalhar muito para os entender” frisa. “Este é o nosso maior desafio”, reconhece lembrando que um dos grandes objetivos é colocar as duas pastorais- juventude e vocacional- a trabalhar em conjunto.
Numa entrevista concedida ao programa de rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo dia 15 de setembro, no Rádio Clube de Angra e Antena 1 Açores, depois do meio dia, o sacerdote fala ainda da vida no Seminário, na aprendizagem que os jovens têm de fazer para se adaptarem a viver longe da família muito cedo e da luta pela certificação do curso por parte da Universidade Católica Portuguesa.