Iniciativa tem particular significado pois este ano celebram-se 1700 anos do primeiro concilio ecuménico, em Niceia
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que será celebrada de 18 a 25 de janeiro, terá dois momentos na diocese de Angra, que este ano assinalará pela primeira vez no dia 25 de janeiro, festa da Conversão de São Paulo, uma celebração ecuménica em São Miguel, na Terceira e este ano também em Santa Maria.
“Estamos a tentar ganhar uma visão arquipelágica desa Semana de Oração conjunta de todos os cristãos. Vamos ter em São Miguel uma celebração no Centro Pastoral Pio XII às 15h00, juntamente com a Igreja Presbiteriana e teremos em Santa maria, um pouco mais tarde, na igreja da Almagreira (Igreja Jubilar) outra celebração. A Terceira juntar-se-á mais tarde, uma semana, e fará uma celebração com a comunidade protestante da Base das lajes, tal como no ano passado” anunciou ao Igreja Açores Ricardo Esperanço, da Comissão Diocesana para o Ecumenismo que está a organizar esta celebração juntamente com o Movimento dos Focolares.
“Esperamos que este ano esta celebração tenha ainda mais força e possamos mostrar uma Igreja mais ativa, onde o carisma dos leigos, que estão a organizar estas celebrações, tenha esta força”, esclarece.
Este ano esta celebração adquire um significado especial devido à comemoração dos 1700 anos do Concilio de Niceia, o primeiro concílio ecuménico na história da Igreja.
“Infelizmente, ainda vivemos muito para nós mesmos embora a Igreja Católica pareça estar mais desperta para esse diálogo e o tenha procurado junto de outras confissões cristãs, a comunhão e as pontes ainda são caminhos longos a percorrer. As pessoas vivem muito a sua fé, na comunidade, e não estão despertas para as outras igrejas que acreditam em Cristo, como nós”, adianta.
As orações e reflexões para esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foram preparadas pela comunidade de Bose, em Itália.
O tema desta semana de oração, com o titulo “Crês nisso?” (cf. Jo 11, 26)”, é inspirado no diálogo entre Jesus e santa Marta na visita de Jesus à casa da família de Maria, Marta e Lázaro, de Betânia, depois da morte deste último, narrado por são João Evangelista.
“O documento deste ano é muito diferente da do ano passado, que foi feito no ano passado por uma comunidade africana” ressalva Ricardo Esperança sublinhando que “estes textos estão mais próximos de nós, e trazem culturalmente aspetos mais relevantes e até com uma linguagem diferente. Apontam a luz como símbolo da celebração o que também é muito relevante: Deus é a luz do mundo”.
O tema deste ano, reflete ainda o responsável, coloca-nos diante de uma reflexão importante: “estamos a caminhar no sentido certo ou estamos a caminhar sem rumo, só pela tradição?”, interpela.
“A provocação, em jeito de reflexão, desafia-nos interiormente a do ponto de vista pessoal vermos para onde vamos e para onde queremos ir e, em comunidade, discernirmos o caminho”, conclui.
Segundo o padre Gnavi da comunidade de Bose, o tema escolhido este ano “é central, porque hoje não só as Igrejas, mas também o povo, devem enfrentar muitas formas de morte real, que implica também divisão e separação, levando ao conflito e ao massacre de inocentes”.
Mesmo na vida pessoal, “muitos estão sozinhos e a incerteza do presente suscita a necessidade de respostas”, disse também o padre.
“O diálogo entre Jesus e Marta mostra como em cada homem e em cada mulher há uma questão implícita ou explícita sobre a fé. Essas palavras ajudam-nos também a lembrar o aniversário do Concílio de Nicéia, que nos deu essa profissão de fé que nos une a todos no batismo”, conclui o padre Gnavi, citado pelo Vatican News.
Para a celebração do dia 25, véspera da festa da conversão de São Paulo, no Centro Pastoral Pio XII, estão convidados todos os fiéis.