Pároco da Matriz de São Sebastião presidiu à festa de Santa Maria Madalena, no Pico
O cónego Adriano Borges desafiou esta tarde os picoenses, participantes na festa de Santa Maria Madalena, na ilha do Pico, a serem “anjos” anunciadores da luz e a valorizarem todos aqueles que são já “os anjos das suas vidas”.
Numa reflexão sobre as “noites escuras da vida”, como aquela que Maria Madalena viveu junto ao sepulcro vazio, o pároco de São Sebastião, em Ponta Delgada afirmou que “a noite leva-nos ao vazio, e coloca-nos num caminho que não é caminho, nem é espaço” disse.
“Há muitas noites intermináveis em que nos sentimos como Jesus no Horto das Oliveiras, ao ser julgado e traído; é de noite que sentimos as maiores tristezas e até sentimos a ausência do próprio Deus”, disse sublinhando no entanto que as noites “não duram para sempre”.
“À semelhança de Maria Madalena também precisamos que nos perguntem porque choras, porque perdeste a esperança? Precisamos de uma voz conhecida, que nos chame pelo nosso nome. Precisamos dos anjos que atravessam as nossas vidas, que podem ser os nossos filhos, os nossos amigos, aqueles que nos são próximos, aqueles que interrompem as noites e trazem claridade, trazem a alegria: cuidadores dos lares e dos hospitais, aqueles que acabam com as nossas noites, quando nos trazem alegria e cuidado”.
“Esses são os nossos anjos e a quantos temos de agradecer?”, interpelou desafiando os cristãos a responsabilizarem-se por “levar esta luz e esta esperança ao mundo, que tem e enfrenta tantas trevas”, depois de lembrar vários momentos em que a noite, na vida de Jesus e na história da salvação, foi um momento de luz, nomeadamente quando se reuniu com os apóstolos, lhes lavou os pés e lhes ensinou a humildade e o valor do serviço, instituindo a eucaristia.
“Maria Madalena passou da noite, das trevas para a claridade porque encontrou o ressuscitado, porque encontrou um anjo, e não parou. Sejamos neste dia e sempre, à semelhança de Maria Madalena, anjos uns para os outros” afirmou o sacerdote na homilia da Missa da festa a que presidiu e foi concelebrada por vários sacerdotes.
“Sejamos para os próximos mas também para os que estão longe, aqueles que continuam a chorar e a quem nunca ninguém lhes pergunta porque choram, anunciadores da luz”, como foi Maria Madalena que, depois do encontro com o ressuscitado, não se cansou de anunciar.
“Vivemos em lugares pequenos, conhecemo-nos e até nos tratamos pelo nome, sejamos por isso `Marias Madalenas´uns para os outros, e acendamos a luz da existência”, exortou.
“A vida é mais do que a morte, a luz é maior do que as trevas”, e os cristãos “são responsáveis por levar esta luz e esta esperança ao mundo, que tem e enfrenta tantas trevas”, afirmou ainda o sacerdote depois de lembrar vários momentos em que a noite, na vida de Jesus e na história da salvação, foi um momento de luz, nomeadamente quando se reuniu com os apóstolos, lhes lavou os pés e lhes ensinou a humildade e o valor do serviço, instituindo a eucaristia.
No final da celebração, o pároco, padre marco martinho agradeceu a todos a participação, saudando as autoridades civis presentes bem como o clero de cinco das nove ilhas, “que dignifica esta celebração”.
“Que Santa Maria Madalena nos impele a irmos para a vida e dizermos com gestos, vi o Senhor”. A festa de Santa Maria Madalena, que teve esta segunda-feira o seu ponto alto termina com a procissão solene, na qual se incorporam seis filarmónicas.