“Sede padres de hoje, sonhai comunidades cristãs geradas a partir da Eucaristia, do sonho de Jesus Cristo vivo e no amor a todos sem distinção”

Bispo de Angra ordenou três novos sacerdotes a quem pediu coragem sublinhando o valor da unidade e da comunhão

Foto:Igreja Açores/CR

O bispo de Angra desafiou esta manhã os três novos sacerdotes ordenados a serem “padres de hoje” auxiliando as comunidades a viver em “unidade e comunhão”, contando com todos desde os jovens às famílias, “sem medo de perder” e disponíveis para evangelizar.

“Desafio-vos a abrir o coração e acompanhar o discernimento vocacional de cada cristão(…) Confirmais hoje, caros André, Leonel e Rui, a vossa vocação, num `sim´ que é fruto da maternidade da Igreja e aceitais dedicar todas as energias à missão de evangelizar” afirmou D. Armando Esteves Domingues na homilia da concelebração em que ordenou três novos presbíteros, os últimos integralmente formados no Seminário de Angra, restando apenas um , mais novo, que se encontra agora no sexto ano e que optou por ficar em Angra, quando os restantes quatro candidatos ao sacerdócio se deslocaram para o Porto.

“Lembrem-se: onde há harmonia e partilha, as pessoas aprendem a atribuir, não a um ou outro dos seus padres, mas a todos em conjunto, o empenho no êxito da ação pastoral. Se assim for, muitos outros 70 aparecerão e, fiéis ao Espírito Santo, partilharão a missão, ‘porque não a deveis levar sozinhos’!”, afirmou o prelado

“Num mundo marcado pela desconfiança em relação às instituições, as pessoas precisam de quem as não disperse ou confunda como acontece com certos críticos do Concílio Vaticano II de que está cheia a Internet ou outros que põem em causa os papas depois do Concílio, a sua eclesiologia e liturgia. Sede padres de hoje, sonhai comunidades cristãs geradas a partir da Eucaristia, do sonho de Jesus Cristo vivo nas Palavras do Evangelho e no amor a todos sem distinção” afirmou D. Armando Esteves Domingues.

“Não se trata tanto de conceber técnicas pastorais, mas de promover uma espiritualidade de comunhão que seja o princípio educativo, ‘constitutivo’, em todos os lugares onde o homem e o cristão se configuram. É como dizer: ‘parem tudo, se não há comunhão’ ou, ‘sem unidade não falem de Deus!’”, afirmou o prelado.

“Precisamos todos – todo o povo de Deus – de acolher, estudar e empreender caminhos práticos de sinodalidade. É este o caminho da Igreja na nossa diocese, em unidade com o Papa, aquele por quem nos é garantida a unidade” disse ainda pedindo aos três novos sacerdotes que tenham como único “ideal de vida” Jesus Cristo.

“Coragem, nada por conta própria, tudo com Ele. Sede jovens sem medo de perder a vida por Jesus e por amor aos irmãos, sobretudo os mais frágeis e os últimos; sem medo de serdes santos no caminho da cruz”, destacou D. Armando Esteves Domingues.

O prelado, que presidiu às três primeiras ordenações sacerdotais do seu episcopado em Angra, numa cerimónia que aconteceu na Igreja de São José em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, onde residem as famílias destes novos sacerdotes e de onde dois são naturais, falou de esperança ao referir-se a esta disponibilidade vocacional, agradecendo, por outro lado a todos os que participaram na formação destes três novos presbíteros.

Desde logo ao “Seminário em mudança, mas vivo, a sua longa história e todos os que se dedicaram e dedicam à nobre tarefa de formar padres!”.

“Levai convosco, caros eleitos, esta esperança nestes tempos novos e não a desconfiança dos processos” disse D. Armando Esteves Domingues saudando as famílias e os restantes seminaristas bem como as comunidades em geral, sobretudo as de origem dos novos sacerdotes.

Dirigindo-se depois aos sacerdotes em geral afirmou que este é um “dia de muita esperança para o Presbitério”.

“Na Ordenação como no ministério sacerdotal, é tudo graça, tudo imerecido. Falar de méritos nossos é pecado grave” disse o prelado. Explicando o gesto da imposição das mãos e do abraço que constam do rito da ordenação, que enraízam num carisma espiritual partilhado e implica a lealdade das relações, a ética da comunicação e a partilha do trabalho apostólico.

“É claro que sem afetos e laços não se faz Igreja, mas é a missão que atesta a qualidade das nossas relações eclesiais. Esta é a passagem de uma vocação sentida como “minha” para um chamamento vivido como “nosso”. Lembrem-se: onde há harmonia e partilha, as pessoas aprendem a atribuir, não a um ou outro dos seus padres, mas a todos em conjunto, o empenho no êxito da ação pastoral.”

A concelebração contou com a presença de inúmeros sacerdotes de praticamente todas as ilhas e foi acompanhada pelo coro litúrgico de São José.

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