Este ano, as festas foram suspensas devido à Pandemia da Covid-19
As festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres que começariam na próxima sexta-feira em Ponta Delgada não se irão realizar na data prevista pela primeira vez em 320 anos devido à pandemia da Covid-19 mas serão lembradas com momentos pensados para a comunicação social.
O primeiro será já na quinta-feira, altura em que haveria a habitual conferência de imprensa de apresentação da capa e do programa das festividades. A imagem não sairá mas o reitor do Santuário, cónego Adriano Borges, adianta que a capa que foi preparada para sair este ano será apresentada na mesma , tal como a corda que a imagem sustem nos braços e que foi restaurada por se encontrar muito danificada.
“Será um momento em que estarei eu e a irmã zeladora da imagem para apresentarmos a capa e a corda do Senhor”, adianta o sacerdote. No domingo, dia 17, altura em que a imagem sairia para a procissão solene e para a missa campal no Campo de São Francisco, será celebrada uma missa que terá transmissão pela RTP Açores, Canal 1 da RTP e RTP Internacional a partir das 9h30, hora dos Açores. Além disso, a imagem poderá ser seguida diariamente em senhorsantocristo.com
As festas do Santo Cristo dos Milagres, as maiores festas religiosas dos Açores, não se vão realizar, pela primeira vez em 320 anos, devido à pandemia da Covid-19.
A Irmandade do Santo Cristo dos Milagres e o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres decidiram suspender as festas em honra do ecce homo, mas garantem que a imagem do Santo Cristo vai sair à rua após a normalização da situação.
A decisão de suspensão das festas, que deveriam realizar-se em Ponta Delgada, de 15 a 17 de maio, foi tomada após uma reunião com todos os envolvidos na organização e preparação das festividades.
Em declarações ao sítio Igreja Açores, o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo, o cónego Adriano Borges, defendeu que esta decisão é um sinal de “responsabilidade que se quer dar”, ainda que tenha sido uma “decisão difícil”, pois é a primeira na história deste culto que as festas não se realizam.
“A nossa mensagem tem sido a de um constante apelo à responsabilidade: que toda a gente fique em casa, se proteja, se resguarde porque assim está a tomar conta de si mas também a contribuir para o bem comum. Por isso, a suspensão da festa era a única possibilidade. Em causa está, não só a festa, mas todos os preparativos que exigiriam tempo e uma normalidade que nem a região nem o país permitem”, explicou.
Adriano Borges assegura que, “mal a situação o permita, a imagem sairá excecionalmente à rua para uma celebração de ação de graças”.
O reitor do Santuário acrescentou que as festas “serão reequacionadas” quando “as condições sanitárias o permitirem e a normalidade estiver reposta”.
As maiores festas religiosas dos Açores, que têm como ponto alto a procissão do Santo Cristo dos Milagres, recebem anualmente milhares de pessoas oriundas de todas as ilhas dos Açores e do continente, bem como dos emigrantes oriundos dos Estados Unidos e do Canadá.
Segundo os dados históricos disponíveis, a primeira procissão em honra do Santo Cristo dos Milagres teve lugar em Ponta Delgada, em 11 de abril de 1700, ano em que a ilha de São Miguel foi abalada por fortes sismos.
Nessa altura, as forças vivas da sociedade mobilizaram-se e dirigiram-se ao Mosteiro da Esperança para levarem, em procissão, a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
A imagem do Santo Cristo só sai da Igreja para acompanhar a procissão nas festas, mas saiu excecionalmente, em maio de 1991, para o Campo de São Francisco durante a visita do papa São João Paulo II aos Açores.