Reitor apela ao “respeito e à lealdade” na relação a dois
A ouvidoria de Ponta delgada em parceria com o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres assinala esta terça feira o Dia de São Valentim com uma bênção de namorados, durante a celebração da Eucaristia das 19h00, na igreja do Senhor Santo Cristo.
A organização sublinha que quer estender o evento “a todos os casais” e assinalar a componente “cristã” desta data, tradicionalmente conhecida como “Dia dos Namorados”.
A missa será presidida pelo novo reitor do santuário, Cónego Adriano Borges, que apela aos valores do “respeito e da lealdade” como forma de vivência do amor conjugal.
“Se numa relação as duas partes se tratarem com respeito e lealdade não haverá lugar para a infelicidade. No amor é fundamental a existência destes valores” referiu o sacerdote em declarações ao programa de Rádio Igreja Açores, emitido no passado domingo na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra.
Na mensagem que escreveu para este dia, o Presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família apontou a beleza da família e do matrimónio.
“Saudações amigas para todos os namorados e namoradas com os votos de que tenham a coragem de marcar a diferença procurando fazer do namoro um verdadeiro tempo que os possa ajudar a descobrir “a beleza da família e do matrimónio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, feita de alegrias e esperanças, de fadigas e sofrimentos, como o é toda a vida”, escreveu D. Antonino Dias, através da sua página na rede social Facebook.
O bispo de Portalegre-Castelo Branco apresenta o texto ‘Dia dos namorados: Dia da Esperança’, em que cita a realidade das abordagens relacionadas com “os jovens, o namoro, a constituição de família e as famílias”.
“Parece-me que vou ser pessimista e deselegante em clima do dia dos namorados, mas picar-me-ia por dentro se calasse o que entendo dever dizer, com esperança e confiança nos jovens que entendem a importância do namoro e da preparação para o matrimónio”, explica o prelado.
O responsável reforça a ideia que a família necessita de apoio sociais “na luta pela existência de famílias saudáveis e felizes, crentes e não crentes” e que o Estado deveria apoiar a “formar os jovens para a constituição de uma família, fundamento da sociedade”.
“Não me parece muito curial que nenhuma preparação se aponte para aquilo que humaniza e enriquece a vida e a sociedade: A FAMÍLIA. Não se trata duma questão religiosa, trata-se, sim, duma questão verdadeiramente humana e social, de interesse público e global, que afeta a todos”, refere na sua mensagem.
O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família foi um dos bispos portugueses que participou no sínodo sobre a Família e recorda ainda a realidade lá descrita da fuga dos jovens aos compromissos, desvalorização do matrimónio e da família e a experiência de fracasso de outros casais.
“É verdade também que alguns terão o matrimónio como algo demasiado grande e sagrado a que têm receio de não corresponder. Outros haverá, porém, que, por causa de leis anti família, não queiram casar porque, se casarem, vão perder vantagens económicas que, se apenas conviverem, essas vantagens permanecem, como permanece a liberdade e a autonomia que também não querem deixar”, escreveu.
Liturgicamente, 14 de fevereiro é o dia de São Cirilo e de São Metódio, embora se multipliquem as referências a São Valentim, que segundo a tradição foi um dos primeiros bispos de Terni, Itália, e morreu mártir durante o reinado do imperador Cláudio II, no século III.
O seu nome está ligado a algumas lendas – provavelmente nascidas em França ou Inglaterra, quando este dia começou a ser dedicado aos namorados – desenhadas a partir das histórias em torno de São Valentim, decapitado a 14 de fevereiro por se ter recusado a renunciar ao Cristianismo e por, secretamente, ter celebrado o casamento entre uma jovem cristã e um pagão legionário, apesar da proibição de Cláudio II.