Por Renato Moura
O Papa Francisco aproveitou o dia 8 de Dezembro e a ocasião do 150.º da declaração de S. José Padroeiro da Igreja Católica, para lançar a Carta Apostólica «Patris corde». A bela oportunidade de no dia de celebração de Nossa Senhora da Conceição associar S. José «com coração de pai». Objectivos confessos: aumentar o amor pelo Santo, impelir à imploração da sua intercessão, apelar à imitação das suas virtudes e desvelo.
A iniciativa de o nosso Pontífice decretar «Ano de S. José», no período até 8 de Dezembro de 2021, tocou-me especialmente. Minha mãe sempre me lembrou que S. José era o Santo do meu nome (poucos sabem, mas também sou José) e assim justificava a escolha e o dever de o tomar como exemplo e protector. Pelo auspicioso envio do Colégio Missionário S. Coração, há uns anos rezo diariamente uma oração “Ao Santo do meu nome”, na qual S. José é referido como “modelo a imitar e poderoso intercessor” e se pede: “Protegei-me e alcançai-me a graça de ser como vós fiel a Deus em todos os dias da minha vida…”.
Francisco com realismo e simplicidade fez lembrar as virtudes de S. José. Realmente S. José é recordado como pai na obediência, pois acreditou nas palavras do anjo, acolheu Maria, assumiu a sua responsabilidade, aceitou os desígnios de Deus. Confiou nos sonhos recebidos e obedeceu à fuga para o Egipto e corajosamente empreendeu o regresso à terra de Israel, trazendo consigo o menino e sua mãe. Foi um pai trabalhador pois “era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele Jesus aprendeu o valor, a dignidade, a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”. O Papa realça como José foi para Jesus “a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os seus passos sem nunca se afastar d’Ele”; e “Jesus viu a ternura de Deus em José”.
S. José foi um pai sempre amado pelo povo cristão. É o padroeiro de tantas comunidades cristãs.
Independentemente das indulgências e suas condições, importará no decurso destes doze meses aprofundar o conhecimento das virtudes de S. José. Mais relevante o incentivo para se aproveitar o seu exemplo: como pais de sangue ou adopção; quando formos confrontados com notícias e dificuldades inesperadas; se nos forem pedidos sacrifícios difíceis de vencer; sempre que nos forem confiadas responsabilidades e missões improváveis; se nos tocarem trabalhos pesados; quando, ainda que não em sonhos, mas através da nossa consciência formos avisados. E assim, creio, Deus será indulgente.