Romeiros satisfeitos com acolhimento nas paróquias de pernoita lamentam redução de jovens nas romarias quaresmais

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Uma semana depois de terminarem as romarias quaresmais o balanço é “positivo”

A redução “muito considerável” do número de romeiros em cada rancho, sobretudo por causa da falta de mobilização de jovens e crianças, é porventura o lado menos positivo das romarias quaresmais deste ano, após três anos de interregno.

“Tivemos uma redução do número de romeiros a rondar os 40% nalguns grupos, sobretudo por causa da diminuição do número de jovens e de crianças nos ranchos, mas a Romaria em si foi muito positiva e correu tudo muito bem” disse ao Igreja Açores o presidente do Movimento Romeiros de São Miguel- Associação, João Carlos Leite.

“Os nossos receios, sobretudo no que respeitava ao acolhimento nas pernoitas pelas famílias, graças a Deus não se confirmaram e também isso correu como se não tivesse havido uma paragem tão grande” preciso o responsável.

Saíram 52 grupos de São Miguel  e dois da diáspora, todos eles, em regra, com menos pessoas. Entre os grupos que saíram destaque para o rancho da Achada que foi reaberto; em contrapartida os ranchos dos Remédios da Lagoa, de Água Retorta e de São Pedro do Nordestinho este ano não saíram, tendo os irmãos sido acolhidos noutros ranchos vizinhos.

“Registou-se uma diminuição do número de jovens” lamentou o dirigente justificando com o interregno e a falta de vivência desta experiência.

“Os jovens vivem muito de impulsos e como não visualizaram nos últimos anos as romarias se calhar não ficaram tão sensibilizados para elas” reconheceu João Carlos Leite, salientando que “esta é uma avaliação que teremos de fazer necessariamente”.

“Temos de avaliar que opções devemos tomar e se fará sentido fazer acção de sensibilização e divulgação junto das escolas, por exemplo, dinamizando ações concretas sobre as romarias e o que é ser romeiro”, avança o dirigente, que já tem as habituais reuniões de balanço e planeamento do próximo ano pastoral agendadas em todas as ouvidorias da ilha de São Miguel.

Além da diminuição de jovens e crianças, também romeiros mais idosos deixaram de sair, uns por idade outros por motivos de saúde.

“Fomo-nos apercebendo dessa ´desistência´ por motivos de força maior ao longo do ano nas nossas atividades” refere ainda não se cansando de reforçar a ideia de que esta romaria “foi excepcional”.

“O acolhimento nas paróquias decorreu em clima de grande receptividade” disse.

“Na parte ocidental da ilha todos os romeiros foram acolhidos em famílias durante as pernoitas; na zona oriental da ilha, mais despovoada, fez-se como noutros anos acolhendo sobretudo em salões paroquiais, mas num clima de grande fraternidade”, disse.

“Fomos acolhidos com conforto e dignidade e todos tiveram a preocupação de providenciar uma refeição quente para os romeiros” disse ainda sublinhando “uma normalidade como se nada tivesse sido interrompido”.

Os romeiros vão assinalar o Dia do Romeiro a 7 de maio, associando-se às comemorações dos 500 anos das Aparições de Nossa Senhora na Ermida do Pranto, no Nordeste.

Esta ermida tão cara aos Romeiros, acolherá uma celebração especial dos 500 anos das Romarias Quaresmais em São Miguel. A missa às 12h00 será  presidida pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves, seguindo-se a Bênção do Mural e dos painéis de homenagem dos Ranchos de Romeiros e bênção da placa comemorativa dos 500 anos, seguindo-se uma palestra “A Religiosidade Popular no Incremento da Devoção Mariana na Ermida do Pranto” pelo padre Jorge Ferreira.

Habitualmente o Dia do Romeiro é celebrado no terceiro domingo da Páscoa.

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