Escola de Ponta Garça, na ouvidoria de Vila Franca do Campo, recebe exposição itinerante dos 500 anos das Romarias de São Miguel
Esta sexta-feira, dia 24, três romeiros estarão na escola de Ponta Garça para falar sobre as Romarias Quaresmais de São Miguel, anunciou ao Igreja Açores o responsável pelo movimento, João Carlos Leite. O objectivo é claro: sensibilizar os jovens para a romaria e cativá-los no sentido de uma participação futura.
“Trata-se de uma iniciativa para promover as Romarias” afirma o dirigente que juntamente com dois mestres- dos Ranchos de Vila Franca do Campo e de Ponta Garça- irão dar o seu testemunho, para além da exibição de um vídeo e da própria exposição itinerante que está a percorrer os diferentes concelhos de São Miguel.
Está agendada outra ação de divulgação das Romarias, para o dia 7 de maio. Numa parceria com a ouvidoria do Nordeste e com a freguesia, os romeiros vão participar numa iniciativa que assinala os 500 anos da Ermida de Nossa Senhora do pranto, uma das igrejas de paragem obrigatória no Nordeste para a quase totalidade dos ranchos de Romeiros, durante a Quaresma.
Ainda, esta sexta-feira, dia 24 de fevereiro, véspera da saída dos primeiros ranchos, juntamente com a autarquia de Ponta Delgada, os romeiros vão participar numa iniciativa de divulgação das Romarias no aeroporto João Paulo II, no sentido de informarem os visitantes da ilha sobre esta tradição e apelar à condução cautelosa que respeite os inúmeros homens que andarão nas estradas durante os próximos quarenta dias.
Segundo o historiador Gaspar Frutuoso, os romeiros da ilha de São Miguel, Açores, surgiram no século XVI, depois de fortes crises sísmicas que se fizeram sentir na ilha. O historiador micaelense refere-se aos às erupções vulcânicas e aos sismos na sua obra como “castigos” e as romarias seriam então uma forma de apelar à piedade do divino.
De acordo com esta tradição, que perdura até aos dias de hoje, dezenas de homens, divididos em ranchos, percorrem a ilha na altura da Quaresma para pagar uma promessa que pode ter sido feita pelos próprios ou por alguém que, por algum motivo em concreto, não é capaz de a cumprir. Os romeiros rezam junto de todas as igrejas que têm um altar dedicado à Virgem e estes grupos de homens existem em quase todas as paróquias e freguesias da Ilha de São Miguel.