Este ano saem 36 irmãos na próxima quarta feira. Alguns vêm da Graciosa.
A partir do próximo dia 9 de abril, 36 romeiros vão sair para a oitava romaria da quaresma que se realiza na ilha Terceira, a partir do Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Angra do Heroísmo.
Os romeiros da Terceira dão a volta à ilha durante cinco dias, percorrendo o maior número de lugares de culto possível, sendo que os templos marianos são paragem obrigatória, e ao quarto dia percorrem o “deserto”.
“É, sem dúvida, um dos dias mais intensos das nossas romarias pois vamos até à Santinha do Mato e, neste dia, estamos connosco e com Deus pois não vemos ninguém, não há outros barulhos senão os da natureza. É um dos momentos mais ricos para vivermos a nossa espiritualidade”, disse ao Portal da Diocese Paulo Roldão, um dos fundadores doi rancho.
Durante a caminhada de cinco dias fazem muitas meditações e celebrações da palavra. Este ano, tal como nos anteriores, vão ter a companhia e a ajuda espiritual do Pe Dinis Silveira (que estuda em Roma), que mais uma vez integrará o rancho.
A única coisa que mudará em relação aos cerca de 10 ranchos que estão a percorrer esta semana a ilha de são Miguel será a pronúncia, pois as orações, as intenções e as cantadas são as mesmas.
“Não importa a ilha o que importa é o significado da nossa intenção e ela é comum à de outros irmãos” disse ao Portal da Diocese Paulo Roldão, um dos responsáveis pelo rancho, desde a primeira hora.
Este grupo formou-se em 2006, depois de um dos irmãos fundadores ter integrado algumas romarias quaresmais em São Miguel. Depois de feita a preparação inicial e de terem recebido a ajuda de romeiros de São Miguel, o rancho nunca mais parou a sua atividade.
Rege-se pelo mesmo regulamento estipulado para o Movimento de Romeiros de São Miguel, rezam da mesma forma e preparam-se com o mesmo empenho e seriedade, como estipula o regulamento do Movimento de Romeiros de São Miguel. Mas não o integram.
“Nós surgimos mais tarde e somos apenas um rancho. Se o Sr. Bispo entender que nos devemos unir, unimo-nos sem problema. Mas já rezamos por todos os irmãos romeiros”, sublinha Paulo Roldão.
Este ano além do retiro, em janeiro, fizeram mais sete encontros de preparação, ó último dos quais no dia 2 de abril.
Embora com uma dimensão completamente distinta, a história reza que as romarias quaresmais se realizavam com frequência em todas as ilhas, embora São Miguel tivesse sido aquela onde elas se mantiveram ininterruptamente e com uma dimensão mais significativa.
Os primeiros registos de romarias na Terceira, ocorrem juntos às Ermidas ou aos pequenos nichos construídos para ali colocar a imagem encontrada: São Roque (São Bento), que poderá ser um dos locais onde se terá realizado a primeira romaria – tinha Casa de Romeiros.
Também na Senhora da Esperança (Porto Judeu); Santo Amaro (Ribeirinha); Senhora da Ajuda (Santa Bárbara); Santinha do Mato (Cinco Picos); Nossa Senhora de Guadalupe (Agualva) e Nossa Senhora dos Milagres (Serreta), estas 3 últimas tinham também a sua Casa de Romeiros – mantendo-se apenas hoje com a mesma configuração a existente em Santa Bárbara – Senhora da Ajuda, tal como refere o Pe Alfredo Lucas na sua obra “As Ermidas da ilha Terceira”.
As casas de romeiros, particularidade desta ilha, terão surgido no inicio do séc XVIII para acolher os peregrinos durante a pernoita nesses lugares.
O rancho de romeiros da Conceição deixou um convite aos irmãos que este ano não podem participar na romaria. Na página do rancho, na Internet, convidam os que não participam a juntarem-se a eles nos momentos da eucaristia durante a semana, a começar no dia da partida, quarta-feira, às 4h00 da manhã, na Igreja da Conceição, em Angra