Bispo de Angra presidirá à missa da recolha do rancho na Conceição, no próximo domingo
Vinte e oito romeiros terceirenses iniciaram esta madrugada a XVI Romaria promovida pelo Rancho de Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição. De hoje até domingo irá visitar a maior parte das igrejas da ilha, parando e rezando de acordo com o regulamento dos Romeiros de São Miguel.
O grupo tem o mesmo número de elementos que no ano passado e continua a ter entre si um sacerdote, o padre Dinis Silveira que vai orientando as meditações ao longo dos cinco dias.
Esta noite o rancho será arrumado nas 12 Ribeiras; amanhã na Agualva; na sexta-feira em Porto Martins e no sábado em São Sebastião. O sábado é o chamado “dia do deserto”, já que os romeiros percorrem o interior da ilha passando pela Fonte Bastardo, Ribeira Seca, Ermida de São João e Quatro Bicas e pernoitarão em São Sebastião. No dia seguinte recolhem ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Angra e a Missa será presidida pelo bispo de Angra.
A preparação destes homens é feita de forma mais intensa a partir do retiro em janeiro, no fim de semana imediatamente a seguir ao dia de Reis; mas ao longo do ano têm formação bíblica com encontros mensais.
Embora com uma dimensão completamente distinta, a história reza que as romarias quaresmais se realizavam com frequência em todas as ilhas, embora São Miguel tivesse sido aquela onde elas se mantiveram ininterruptamente e com uma dimensão mais significativa.
Os primeiros registos de romarias na Terceira, ocorrem juntos às Ermidas ou aos pequenos nichos construídos para ali colocar a imagem encontrada: São Roque (São Bento), que poderá ser um dos locais onde se terá realizado a primeira romaria – tinha Casa de Romeiros.
Também na Senhora da Esperança (Porto Judeu); Santo Amaro (Ribeirinha); Senhora da Ajuda (Santa Bárbara); Santinha do Mato (Cinco Picos); Nossa Senhora de Guadalupe (Agualva) e Nossa Senhora dos Milagres (Serreta), estas 3 últimas tinham também a sua Casa de Romeiros – mantendo-se apenas hoje com a mesma configuração a existente em Santa Bárbara – Senhora da Ajuda, tal como refere o Pe Alfredo Lucas na sua obra “As Ermidas da ilha Terceira”.
Estas casas de romeiros, particularidade desta ilha, teriam surgido no inicio do séc XVIII para acolher os peregrinos durante a pernoita nesses lugares.
Os romeiros da terceira dão a volta à ilha durante cinco dias, percorrendo o maior número de lugares de culto possível, sendo que os templos marianos são paragem obrigatória, e ao quarto dia percorrem o “deserto”.