É a única romaria feminina, em São Miguel, que realiza pernoitas.
Pelo quarto ano consecutivo um grupo de 50 senhoras, na sua maioria oriundas da Fajã de Cima, vai sair da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em romaria quaresmal, na próxima sexta feira, pelas 4h00 da madrugada apurou o Portal da Diocese esta segunda feira.
As 50 senhoras, acompanhadas de cinco romeiros, do Rancho da Fajã de Cima, partem da Igreja paroquial e seguem em direção aos Mosteiros onde irão fazer a primeira pernoita no Salão Paroquial. Seguem depois no sábado para o Pilar da Bretanha e pernoitam no Salão paroquial de São Vicente Ferreira. Do domingo seguem em direção à Ermida do Nateiro, onde deverão chegar pelas 9h30 da manhã e daí seguirão em procissão de ramos até à Igreja paroquial de Nossa Senhora da Oliveira.
Há 17 anos que estas “irmãs” da Fajã de Cima organizam uma romaria. A primeira foi até à Senhora da Paz mas tinha uma “configuração diferente” não existindo pernoitas, como acontece com os romeiros de São Miguel.
“Neste formato só saímos há quatro anos e o giro tem sido sempre diferente, consoante o número de participantes e as condições logísticas que temos de garantir”, disse ao Portal da Diocese uma das “irmãs” organizadoras, Ana Arruda.
A romaria não para com a saída.
“Todos os meses, durante o ano, fazemos reuniões, onde meditamos, celebramos a palavra, refletimos e sobretudo definimos ações concretas de ajuda aos outros e temos sempre muita coisa a fazer” diz Ana Arruda.
Naturalmente, que a preparação da Romaria exige “uma formação especial” que, este ano, consistiu na realização de três catequeses em São Roque, Fajã de Baixo e Fajã de Cima.
“É preciso que as pessoas estejam todas sintonizadas com o essencial da romaria que é, além do convívio, uma forma mais intensa de viver espiritualmente Cristo”, sublinha Ana Arruda.
Este grupo é especialmente ajudado por dois sacerdotes – os Padres Paulo Borges e Hélder Cosme- que, juntamente, com os romeiros preparam a romaria.
“Quantas mais formos mais difícil é a logística e tudo tem de ser bem acautelado” refere Ana Arruda sublinhando, no entanto que “tem, sido fácil porque as pessoas estão sempre muito disponíveis para nos acolher, oferecendo, por exemplo, o pequeno almoço e o jantar”.
Por isso, é que “é necessário que nos conheçamos todas muito bem” frisa ainda esta organizadora que garante que o “grupo é muito bom o que faz antever uma boa romaria”.
Questionada sobre o sentido desta caminhada, Ana Arruda destaca a importância “ de viver Cristo”.
“Quando estou a andar parece que vejo Nosso Senhor. É como uma luz que me ilumina o caminho. O seu rosto está sempre presente”.