Cónego Hélder Fonseca Mendes dirige ainda mensagem de Natal aos cristãos açorianos e desafia-os a seguir a “luminosa constelação” de três estrelas: “a graça, a ternura e a fraternidade”
A diocese de Angra já tem um novo bispo diocesano nomeado, D. Armando Esteves Domingues, mas ainda será o Administrador a dirigir a mensagem de Natal a todos os diocesanos, que será transmitida pela RTP Açores na noite de Natal, a seguir ao Telejornal.
O cónego Hélder Fonseca Mendes desafia os diocesanos a viverem o Natal seguindo uma “luminosa constelação de três estrelas: a graça, a ternura e a fraternidade”.
Na mensagem partilhada com o Sítio Igreja Açores, o sacerdote destaca que celebrar o Natal é festejar o nascimento de Jesus, o Salvador.
“Retirar Jesus do centro, como está no presépio, é decapitar, descentrar, esvaziar aquilo a que vulgarmente chamamos Natal” afirma saudando as “crianças”, os “jovens”, as “famílias”, os “ trabalhadores”, os “idosos”, os “doentes” e os “presos”, a todos pedindo que olhando para o presépio encontrem “simplicidade, bondade e beleza” e que dele extraiam “o amor” e a “esperança” cientes de que“nem a dor nem o mal têm a última palavra”.
Na mensagem, o cónego Hélder Fonseca Mendes que lidera a diocese desde a saída de D. João Lavrador a 30 de novembro de 2021, apela a que os diocesanos sejam mais solidários e se abram à graça de Deus.
“A graça divina é salvação da escravidão mais antiga da culpa; é um rasgão no gelo dos corações endurecidos pela indiferença, é a irrupção libertadora nos dramas insolúveis da História” afirma destacando que o “Natal é graça, levando-nos ao paradigma da dádiva, em que nos sentimos abençoados pela simples dádiva da existência, da nossa e do outro”.
Por isso, o cónego Hélder Fonseca Mendes desafia à “compaixão, piedade, empatia, bondade e delicadeza”.
Trata-se de “transformar de forma radical a nossa forma de observar a realidade e de agir no mundo, revolução que tem o coração como epicentro, em sentido contrário à revolução auspiciada pelas armas, baseada no ódio, no rancor e na vingança”, escreve ainda.
Nesta mensagem, especialmente dirigida aos emigrantes , o sacerdote, que é pároco na Sé de Angra e foi durante 16 anos Vigário-Geral da diocese, sublinha ainda a exigência da fraternidade que nos leva a “abraçar e a unir”.
A mensagem termina com a invocação de uma bênção de Deus para que ele derrame a “sua alegria” e conceda “o dom da paz e do seu amor”.
No próximo dia 15 de janeiro entrará na diocese o novo bispo, D. Armando Esteves Domingues, que nasceu a 10 de março de 1957 em Oleiros, Diocese de Portalegre-Castelo Branco; em outubro de 1967 entrou no Seminário Menor de Viseu, em Fornos de Algodres, tendo concluído os estudos no Seminário Maior de Viseu em 1980.
De junho de 1980 a outubro de 1981 fez um ano de experiência pastoral junto do Centro Mundial de espiritualidade e de teologia do Movimento dos Focolares, em Grottaferrata (Itália), com especial foco na pastoral juvenil e vocacional.
Foi ordenado padre 13 de janeiro de 1982, na Diocese de Viseu, onde desempenhou funções como pároco, professor de EMRC, assistente regional do Corpo Nacional de Escutas, do Movimento de Educadores Católicos e do Movimento Equipas de Nossa Senhora.
O novo bispo de Angra foi ainda capelão militar da Força Aérea Portuguesa e esteve ligado a várias iniciativas ligadas à inclusão social, ao combate ao desemprego, à recuperação de dependências e à habitação.
Em Viseu, integrou vários organismos diocesanos, tendo sido ecónomo e vigário-geral, antes da sua nomeação episcopal, a 27 de outubro de 2018 como auxiliar da Diocese do Porto; foi ordenado bispo a 16 de dezembro de 2018, na Catedral de Viseu.
Na Conferência Episcopal Portuguesa, D. Armando Esteves Domingues preside à Comissão Missão e Nova Evangelização.
É o 40º bispo de Angra, o terceiro natural da diocese de Portalegre-Castelo Branco.