História da Igreja açoriana está repleta de missionários. Sobretudo, no outro lado do Mundo. No mês das Missões João Chaves alerta para a necessidade de “uma nova Missão” do lado de cá do Atlântico.
“Apoiar quem está longe é importante, mas é preciso não perder de vista que quem está à nossa porta também precisa de ser evangelizado. E, esta é, porventura, a Missão mais difícil”, afirma o responsável diocesano nos Açores pelo Apoio ao serviço missionário.
João Chaves, Dehoniano, em declarações ao Portal da Diocese, lembra que a proposta missionária para os tempos de hoje tem que ter em conta as novas realidades sociais e económicas que o mundo atravessa e às quais os Açores não escapam.
“Porventura poderá ser menos gratificante mas é um enorme desafio que se nos coloca fazer evangelização à nossa porta”, diz o sacerdote que regressou ao arquipélago depois de ter cumprido várias missões, primeiro na Nunciatura em Lisboa e depois em Roma.
Natural de Santa Maria, João Chaves fala com orgulho da missão da Igreja, reflete sobre os desafios da nova evangelização e do que ainda falta percorrer para concretizar o espirito saído do Concílio Vaticano II, onde participaram destacados missionários açorianos como D. José da Costa Nunes, antigo Patriarca de Goa, D. José Vieira Alvernaz, Arcebispo de Goa e Damão e o último Patriarca das Índias Orientais, ou D. Jaime Garcia Goulart, Bispo de Dili. Sem esquecer, naturalmente, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Bispo Emérito de Macau, que reside atualmente no Pico.
Natural de São Mateus, onde nasceu há 89 anos, foi para Macau com apenas 14 anos. Estudou no Seminário de São José, tendo depois sido também professor. Em 1976 foi nomeado Bispo de Macau pelo Papa Paulo VI e da sua vastíssima obra em terras orientais, como missionário, sobressai a fundação de cinco novos centros pastorais.
Ou ainda, o Beato João Machado, padroeiro da Diocese de Angra, que morreu a caminho de uma missão.
“Não podemos perder de vista este contributo histórico de destacados açorianos, que constituem para nós um legado vivo de como foi importante o papel dos Açores nas Missões. Mas hoje há outros desafios tão importantes”, refere João Chaves lembrando que o Concílio aprofundou e terminou um processo de abertura da Igreja, ao diálogo com o mundo e com a cultura contemporânea. E, destaca, sobretudo, a importância atribuída aos leigos no papel de evangelizadores.
“Todos os batizados são chamados a ser missionários” e em dia Mundial das Missões, no próximo domingo, 20 de outubro, “há lições que devem ser relembradas”.