Resplendor do Senhor Santo Cristo brilha entre as cinco peças mais importantes da ourivesaria religiosa do século XVIII

Exposição Splendor et Gloria abriu portas esta quarta feira no Museu Nacional de Arte Antiga

As cinco peças mais importantes da ourivesaria religiosa portuguesa do século XVIII, entre elas o Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que saiu pela primeira vez dos Açores este ano,  reúnem-se desde esta quarta feira na exposição Splendor et Gloria, no Museu Nacional de Arte Antiga(MNAA), em Lisboa.

“Esta exposição faria inveja a qualquer museu do mundo, uma inveja branca (que é boa) e qualquer um a disputaria”, disse o Diretor do MNAA, António Filipe Pimentel, na cerimónia de inauguração da exposição que irá estar patente ao publico até ao próximo dia 4 de janeiro, embora o Resplendor do Senhor Santo Cristo não permaneça até ao fim , regressando a 31 de outubro ao Santuário conforme está no protocolo assinado entre a Diocese e o MNAA.

“É uma exposição pequena, com apenas cinco peças” sublinhou o responsável pelo Museu, mas “também acrescentar alguma coisa era macular a harmonia desta linguagem”.

São cinco as peças de ourivesaria que integram a exposição,  quatro delas religiosas: a Custódia da Bemposta (MNAA), a Custódia da Sé Patriarcal (Sé de Lisboa), o Resplendor do Senhor dos Passos da Graça (Convento da Graça, Lisboa), o Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres (Convento da Esperança, Ponta Delgada), e o Hábito Grande das Três Ordens Militares, uma insígnia régia guardada hoje pelo Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

“Estas cinco peças iluminam-se entre si e são suficientes para explicar o processo” de concepção de uma peça de ourivesaria deste tipo “e os avanços científicos que fizemos”, explica António Filipe Pimentel, que não poupou elogios ao tríplice comissariado da exposição bem como a toda a equipa que colaborou na sua montagem, entre eles os técnicos do laboratório cientifico José de Figueiredo, responsável pela limpeza de todas as peças.

Também o Diretor Geral do Património Cultural, Nuno Vassalo e Silva destacou a importância cientifica desta exposição e, sobretudo, a grandeza destas peças.

“As exposições da sala do tecto pintado não são exposições cheias de objetos que percorremos e acabamos muito cansados, sem retermos qualquer ideia. Esta, pelo contrário, é pequena em tamanho mas riquíssima em ideias: poucos objetos, um discurso organizado no seu todo com muita coesão”, concluiu gracejando que a beleza é tão grande “que a experiência sensorial pode provocar problemas a quem sofre do coração”.

O Diretor Regional da Cultura, Nuno Ribeiro Lopes, presente na inauguração sublinhou a importância da exposição poder ser visitada pelos açorianos pois “é uma oportunidade única que dificilmente se repetirá” e constitui, também, “um privilégio para os Açores quer ao nível da expressão máxima da sua fé quer ao nível da valorização do seu património”.

Presentes na inauguração da exposição estiveram alguns dos mais altos responsáveis pelo empréstimo temporário destas peças, nomeadamente o Vigário geral da Diocese de Angra,  Pe Hélder Fonseca Mendes, em representação do Bispo D. António de Sousa Braga e o Diretor da Comissão dos Bens Culturais da Igreja, Pe Duarte Melo.

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Marcaram igualmente presença o Vigário Geral do Patriarcado de Lisboa bem como o Núncio Apostólico em Portugal.

O Catálogo da exposição, um documento de relevo cientifico, com “um aturado” estudo das peças, abre com um texto do teólogo e poeta José Tolentino de Mendonça intitulado ”As imagens como lugar da interrogação de Deus”

O empréstimo temporário do Resplendor do Senhor Santo Cristo, no final do mês de Maio, originou alguma contestação por parte de  pessoas ligadas ao Santuário de Ponta Delgada, nomeadamente à Irmandade, que participou ativamente na realização de um cordão humano em torno do Santuário da Esperança, em Ponta Delgada, onde se manifestaram contra a decisão da diocese de emprestar temporariamente o Resplendor ao Museu Nacional de Arte Antiga.

 

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Convite para a exposição

 

 

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Peças expostas

 

 

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Peça em destaque
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