Festas são muito participadas pelos emigrantes e habitualmente tinham um cartaz cultural muito relevante
As seculares festas em honra de Nossa Senhora das Neves começam amanhã na Relva, freguesia de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e terminarão no dia 5 de agosto.
Segundo uma nota enviada pela paróquia ao Igreja Açores, do seu programa religioso consta o tríduo preparatório com um esquema semelhante ao dos anos anteriores mas com outras preocupações de segurança. Assim, de amanhã até sexta-feira dia 31 haverá o tríduo com a celebração do Sacramento da Reconciliação, seguido de Missa. No terceiro dia, acrescerá um momento de adoração com a Exposição do santíssimo.
No fim de semana, no abado dia 1, será celebrada a missa vespertina e no dia 2, domingo, será o dia da Festa com Missa Campal às 12h00, no jardim 5 de Agosto. Como não será possível fazer a habitual procissão, a imagem percorrerá todas as ruas da paróquia.
No dia 5 de agosto, dia litúrgico de Nossa Senhora das Neves, a missa solene será às 20h00 e, uma hora depois, no adro da Igreja será feito um sermão e proceder-se-à à despedida da Imagem.
As festas serão presididas pelo pároco, padre Bruno Espínola.
A celebração da festa de Santa Maria das Neves é sem dúvida a homenagem que os habitantes desta freguesia prestam à sua padroeira. No final do século XVI Gaspar Frutuoso, ao descrever esta freguesia regista que a festa de Nossa Senhora das Neves se realizava, a 5 de Agosto de todos os anos.
A igreja de Nossa Senhora das Neves, que acolhe esta festa, foi construída no final do século XV pelo Contador Martim Vaz, fidalgo que ali viveu, sendo já paróquia instituída no ano de 1526.
Entre finais do século XVI e início do XVII foram efetuadas obras de restauro na Capela-mor e sacristia.
Na década de 1880, foi alvo de obras no frontispício principal ao nível dos portais, advindo destas a alteração do acesso principal com o arco da porta abatido, e a abertura das portadas que o ladeiam, em modesta interpretação de revivalismo gótico.
A sua planta é retangular dividida em três naves compostas por altos pilares, espaço de elementar organização caligráfica, modelo de formulação erudita maneirista de tradição recuperada na segunda metade do século XVI.
No seu interior nota-se toda a influência da primeira metade do século XVIII nos altos pilares das naves e nos exemplares das talhas dos Altares da Capela-mor, Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora do Rosário, sendo os do Sagrado Coração de Jesus (antigo altar de S. Diogo), S. José (antigo altar do Senhor Bom Jesus), o das Benditas Almas do Purgatório da segunda metade de setecentos e o de Santo Antão e S. Cristóvão do inicio de oitocentos.
Mais recentemente durante a segunda metade do século XX, foram efetuadas grandes obras de restauro.