Reitores querem fazer dos santuários diocesanos lugares de expressão e vivência da misericórdia de Deus

V Encontro Diocesano de reitores de Santuários realizou-se esta terça feira em São Jorge

Foto: Eucaristia no final do Encontro de Reitores, com os sacerdotes da ouvidoria de São Jorge, na Igreja matriz da Calheta /DS

Os reitores dos santuários diocesanos dos Açores estiveram reunidos esta tarde em São Jorge para analisar e discutir as estratégias a desenvolver no âmbito do Jubileu da Esperança nos vários santuários, sejam Igrejas jubilares ou não.

“Foi um momento de encontro e partilha sobre o que se passou e de reflexão sobre o ano que se avizinha” disse ao Sítio Igreja Açores o coordenador dos reitores dos Santuários padre Marco Martinho depois da reunião que foi presidida pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues.

“Os Santuários já são lugares de experiência da misericórdia de Deus e este ano, em que vivemos um Ano Santo há sinais que expressam essa misericórdia de forma muito evidente” avançou o sacerdote para explicar que de entre os sinais do Jubileu há um particularmente importante e que mereceu uma atenção especial neste encontro, e que foi o da indulgência.

“Convidámos o padre Dinis Silveira para refletir sobre o tema  das Indulgências e foi um momento extraordinário de reflexão, em que percorremos a história das indulgências e o que elas são hoje para a Igreja, procurando, sobretudo, atualizar a linguagem do que a elas se refere”.

A indulgência é um dos sete sinais de um Jubileu. Como diz o Catecismo da Igreja Católica, “a indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel, devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições, pela ação da Igreja, a qual, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos” (n. 1471).

A indulgência é parcial ou plenária e para obter a indulgência, atribuída num momento especifico, além de se desejar evitar cometer qualquer pecado mortal ou venial, é necessário cumprir três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do papa.

“A preocupação foi atualizarmos a linguagem das indulgências e a nossa missão enquanto santuários é fazer com que as indulgências sejam entendidas como uma caminhada de perdão, de conversão porque é Deus a manifestar o seu amor no sacramento da reconciliação e na indulgência”, explicou o padre Marco Martinho.

“A indulgência faz parte do perdão de Deus nesta peregrinação terrena que é a nossa vida e que é pedida pelo próprio, ou para as almas que já faleceram, como ensina a doutrina da Igreja”, explica ainda o sacerdote.

“Queremos que a indulgência seja olhada e vivida em cada um dos santuários, sobretudo naqueles que são Igrejas Jubilares como um espaço onde se experimenta de uma forma muito clara o amor de Deus”, concluiu o sacerdote.

Durante a reunião foram ainda salientados outros sinais do Jubileu como a oração, a peregrinação, a reconciliação, a liturgia e a profissão de fé como sinais evidentes de uma forte vivência espiritual num santuário, onde o acolhimento e a escuta sejam marcas evidentes.

“Será importante que os reitores, juntamente com equipas sacerdotais das suas ouvidorias se possam encontrar e organizar em conjunto a dinâmica do Ano Santo” e para isso, refere o padre Marco Martinho “é preciso que haja encontros entres os reitores e as equipas sacerdotais da ouvidoria e da ilha”.

A diocese tem cinco santuários diocesanos: três cristológicos- Senhor santo Cristo dos milagres, Senhor Bom Jesus Milagroso e Senhor Santo Cristo da Caldeira-  e dois marianos, ambos na Terceira- Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos milagres. No próximo dia 1 de janeiro, dia Mundial da Paz e de Santa Maria, Mãe de Jesus, será elevada a Santuário a ermida de Nossa da paz, em Vila Franca do Campo.

“Esta elevação é um sinal de esperança no arranque do jubileu da Esperança” referiu, ainda, o padre Marco Martinho adiantando que o atual pároco da Matriz de São Miguel Arcanjo, que ainda é titular da ermida de Nossa Senhora da Paz, já participou neste encontro.

“Foi uma alegria acolher o padre José Borges que será o futuro reitor deste novo santuário cuja criação é um sinal exterior desta esperança num mundo tão conturbado e tão dilacerado pelas guerras”, disse ainda o padre Marco martinho, reitor do santuário do Senhor Bom jesus Milagroso, no Pico.

A próxima reunião dos Santuários será em São Miguel, no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, que se situa no Convento da Esperança, no dia 18 de novembro.

Durante todo o ano os Santuários terão como lema a Primeira Epístola de São Paulo a Timóteo “Cristo é a nossa esperança” (Timóteo 1,1) e por conseguinte, todas as festas anuais serão subordinadas a esta temática em concreto.

 

 

 

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