Reitor pede unidade dos cristãos para vencer a pandemia

Celebração da Palavra marca momento inicial da entrega da Imagem à Irmandade para o inicio das principais celebrações religiosas da Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres

O reitor do santuário do Senhor Santo Cristo pediu esta tarde “a todos os devotos e açorianos, desde a ilha mais pequena aos irmãos da diáspora” , durante a Celebração da Palavra com que assinalou simbolicamente o inicio da procissão da Mudança, momento em que a Imagem sairia do Convento ao encontro do Povo de Deus, que se mantenham unidos na luta contra o mal, pelo fim da pandemia.

A partir da liturgia proclamada- Evangelho Jo 18, 26-38- , o reitor do Santuário lembrou o processo de condenação de Jesus, durante o qual se dá o encontro entre os chefes religiosos judeus e Pilatos, um encontro “entre os representantes do poder religioso e do poder político”, que embora não nutrissem simpatias mútuas, muito menos os Judeus porque Pilatos representava o povo opressor romano, decidem aliar-se contra aquele “inimigo” comum.

“A força da unidade seja porque razões forem tem um poder extraordinário.  Se nos juntarmos, unidos para o bem podemos fazer muito bem; se nos juntarmos para o mal e estivermos de costas uns para os outros, seremos mais fracos, ou melhor, seremos fazedores do mal”, disse o cónego Adriano Borges.

“Atualmente temos um inimigo comum; independentemente das nossas simpatias pessoais, estejamos unidos no seu combate para que depois desta tempestade possamos ficar melhores. Muitas vidas se perderam mas temos de ter esperança”, afirmou o sacerdote lembrando a história da vida, da morte e paixão de Jesus.

O cónego Adriano Borges lembrou que foi “a sua força e o seu testemunho de vida”, que desestabilizaram a ordem instalada e provocaram uma ameaça ao poder instituído, devem ser imitados pelos cristãos. Perante a injustiça com que o trataram a resposta foi “a entrega e o silêncio”.

“Isto não é um refrão que faz bem aos ouvidos. Perante as entregas maliciosas de Jesus, a resposta de Deus foi silenciosa porque a sua vida foi a manifestação do bem” salientou o reitor do santuário do Senhor Santo Cristo destacando a sua entrega na Cruz pela salvação da humanidade inteira.

“O cristão é, hoje,  desafiado a pagar o mal com o bem, à semelhança de Jesus” frisou destacando que esta entrega silenciosa representa o silêncio de todos quantos sofrem “pelos açoites da vida”.

“Esta imagem transmite-nos uma mensagem de esperança: perante a maldade e o sofrimento, Ele, o Cristo da Esperança, diz-nos que Deus está sempre do lado dos que sofrem e são açoitados” afirmou o sacerdote.

“Este Cristo é a imagem de todos aqueles que a vida açoita;  quando isso acontece, quando o chão nos parece fugir e nada mais temos, a esperança e a fé são a nossa fortaleza”, disse ainda.

“Queiramos ser cristãos, homens e mulheres de boa vontade e queiramos ser uma humanidade transformada e transformadora”, concluiu o sacerdote que pelo segundo ano consecutivo não consegue promover aquela que a par das Festas do Divino Espírito Santo, se assume como a maior devoção popular açoriana.

“No momento em que o Senhor deveria sair do seu altar para ir ao encontro do seu povo sejamos nós a juntar-nos a Ele para o acompanharmos através da oração, transmitida pela RTP Açores” disse o reitor do Santuário .

“Peçamos-Lhe por nós, pelos Açores, pelo mundo e pela humanidade”, disse.

Este domingo, a partir das 9h30 da manhã, em direto na RTP Açores, RTP Internacional e na página do facebook do Igreja Açores, portal informativo da diocese de Angra, será transmitida a Missa do Senhor Santo Cristo que será presidida pelo bispo de Angra.

 

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