Depois do lançamento de um livro a Igreja acolheu a celebração de uma Eucaristia em sua memória
D. Paulo José Tavares, bispo de Macau, foi homenageado no passado dia 12 na Igreja do Senhor Bom Jesus numa solene celebração litúrgica presidida pelo Administrador Paroquial, padre Nuno Sousa, por ocasião do cinquentenário do seu falecimento.
D. Paulo José Tavares foi uma figura marcante da Igreja Universal que se destacou pelo seu papel aquando da revolução chinesa em Macau.
“Um homem simples mas fascinante, dotado de um inteligência rara e que desempenhou um papel influente na diplomacia da Santa Sé” escreve uma nota enviada ao Igreja Açores por António Pedro Costa autor do mais recente livro biográfico de uma dos açorianos mais comprometidos com a evangelização no oriente, no século XX.
Foi ele quem leu o Evangelho na celebração de abertura do Concilio Vaticano II e foi Protonotário do Papa João XXIII. Era um respeitado diplomata da Santa Sé que conhecia bem os meandros da Secretaria de Estado, facto que o levou até Macau, como bispo, para mediar as relações entre a Santa Sé e o estado chinês numa altura particularmente difícil, em plena revolução maoista.
Como tal, teve um papel muito importante no apaziguamento das relações entre a China e a Santa Sé, num momento em que a Igreja era perseguida em nome dos ideais da revolução cultural, destacando-se pela sua capacidade de escuta e de diálogo.
Na homilia da Missa, celebrada no dia 12 de junho, o padre Nuno Sousa lembrou o lema adotado por D. Paulo José Tavares: “Caritas Christi Urget Nos- o amor de Cristo nos fascina”.
“É o amor de Cristo que enche nossos corações e nos impele a evangelizar. Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração, tal como chamou Mateus, o cobrador de impostos. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor de uma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé” disse o sacerdote.
D. Paulo José Tavares era filho de agricultor; o pai não queria que estudasse; só foi para o Seminário depois de grande entusiasmo da mãe, tendo o seu irmão, padre Manuel Alfredo, professor no Seminário de Angra, acompanhado em Macau, como seu secretário particular.
Já em janeiro deste ano, foi lançado um livro biográfico da autoria de António Pedro costa sobre este prelado açoriano que se destacou na carreira diplomática ao serviço da Santa Sé.