Há “três ideias fundamentais” nesta celebração: “a instituição da Eucaristia”, com um “sentido novo” para a Páscoa, dado por Jesus; “a instituição do sacerdócio”; e o “gesto do lava-pés”.
No final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.
O docente da Faculdade de Teologia da UCP, mestre das cerimónias patriarcais, refere que o dia seguinte, Sexta-feira Santa, está centrado “na contemplação da Cruz”, como o sinal da morte de Cristo e de “um amor que vai para lá da própria morte”.
“O verdadeiro sacrifício é o dom da entrega”, precisa o cónego Luís Manuel Pereira da Silva.
Este é um dia alitúrgico, pelo que não há Missa; a principal celebração é, fundamentalmente, uma ampla Liturgia da palavra, que culmina com a adoração da Cruz e a comunhão eucarística.
Esta é a “tradição mais antiga da Igreja” e mesmo a distribuição da comunhão foi estabelecida pelo Papa Pio XII, em 1955.
O Sábado Santo também é um dia alitúrgico, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, marcado pelo “silêncio”.
“O silêncio do Sábado Santo não é o de um túmulo, que não tem mais nada a dizer”, precisa o cónego Luís Manuel Pereira da Silva.
A este silêncio segue-se a Vigília Pascal, “a maior e a mais importante das celebrações da Igreja”, refere o especialista, uma cerimónia que integra já o calendário da Páscoa.
Uma celebração que é composta por “quatro liturgias”: a da Luz, em sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a Batismal e a Eucarística.